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Moraes retira sigilo do inquérito dos atos antidemocráticos

Decisão foi dada na última sexta-feira (4) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal. Anexos da investigação continuam sigilosos

R7 Planalto|Clébio Cavagnolle, da Record TV, e Plínio Aguiar, do R7

Na imagem, ministro Alexandre de Moraes (STF)
Na imagem, ministro Alexandre de Moraes (STF) Na imagem, ministro Alexandre de Moraes (STF)

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), retirou na última sexta-feira (4) o sigilo do inquérito que investiga os atos antidemocráticos. Na decisão, o magistrado manteve, contudo, o sigilo dos anexos da investigação.

"Diante do exposto, determino o levantamento do sigilo dos autos principais deste inquérito 4.828/DF, além do mencionado relatório elaborado pela Polícia Federal, que deverá ser juntado aos autos principais", afirma Moraes.

"No caso dos autos, embora a necessidade de cumprimento das numerosas diligências determinadas exigisse, a princípio, a imposição de sigilo à totalidade dos autos, é certo que, diante do relatório parcial apresentado pela autoridade policial – e com vista à Procuradoria Geral da República, desde 4/01/2021 – não há necessidade de manutenção da total restrição de publicidade", acrescenta.

O chamado inquérito dos atos antidemocráticos foi aberto em abril do ano passado a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) depois que manifestações defendendo a volta da ditadura militar, intervenção das Forças Armadas e atacando instituições democráticas marcaram as comemorações pelo Dia do Exército em diferentes cidades do país.

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Entre os investigados, estão parlamentares aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O caso mais emblemático é o do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), que se tornou reú depois de publicar um vídeo onde ameaça ministros e pede pelo fechamento do Supremo através do AI-5, ato mais duro da ditadura militar.

Veja a lista de parlamentares investigados:

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Daniel Silveira, deputado federal (PSL-RJ)

Junio do Amaral, deputado federal (PSL-MG)

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Otoni de Paula, deputado federal (PSC-RJ)

Caroline de Toni, deputada federal (PSL-SC)

Carla Zambelli, deputada federal (PSL-SP)

Alê Silva, deputada federal (PSL-MG)

Beatriz Kicis, deputada federal (PSL-DF)

General Girão, deputado federal (PSL-RN)

José Guilherme Negrão Peixoto, deputado federal (PSL-SP)

Aline Sleutjes, deputada federal (PSL-PR)

Arolde de Oliveira, senador (PSC-RJ)

PGR

A PGR pediu na última sexta-feira (4) ao STF o arquivamento da investigação aberta para apurar a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, que atingiu parlamentares. O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, disse que o inquérito não conseguiu apontar a participação dos deputados e senadores nos crimes investigados.

“Esse inadequado direcionamento da investigação impediu a identificação de lacunas e dos meios necessários, adequados e proporcionais para alcançar a sua finalidade, impossibilitou a delimitação do problema”, diz um trecho do parecer elaborado após a Polícia Federal finalizar, em dezembro, um relatório parcial de mais de 150 páginas sobre as investigações.

O documento foi enviado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação, a quem caberá decidir sobre o pedido. Na prática, quando o Ministério Público Federal, que é o titular da ação penal, se manifesta pela rejeição de uma investigação, é de praxe que os ministros promovam o arquivamento. No entanto, o magistrado ainda não deliberou sobre o assunto.

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