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Vale a pena aderir aos feirões de renegociação de dívidas?

Especialistas recomendam cautela para não comprometer rendimento mensal e precisar recorrer a empréstimo depois

Renda Extra|Márcia Rodrigues, do R7

Consumidor deve avaliar taxa de juros praticada na negociação
Consumidor deve avaliar taxa de juros praticada na negociação Consumidor deve avaliar taxa de juros praticada na negociação (Marcos Santos/USP Imagens)

Consumidores endividados e que estão com restrição em seu nome em órgãos como Serasa e SPC, entre outros, podem deixar as contas em dia ao participar de três eventos online que estão sendo realizados: o Mutirão da Negociação de Dívidas e Orientação Financeira; o Feirão Limpa Nome; e o Saldão de Dívida da Comgás.

Normalmente esses eventos trazem vantagens de renegociação, como redução ou retirada dos juros da dívida e valores menores.

Porém, com a taxa de desemprego em torno de 14% e o individamento das famílias atingindo 74% dos brasileiros, será que é o momento ideal para renegociar dívidas do passado e deixar tudo em dia?

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Para Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), a maioria dos feirões traz condições especiais para o consumidor negociar, beneficiando ambas as partes.

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Oliveira frisa que para as empresas vale a pena negociar neste período, pois elas têm de fazer balanço e precisam contabilizar as perdas por inadimplência. Ao renegociarem, esses valores são transformados em dívidas ativas e isso melhora o desempenho das empresas.

Além disso, limpar o nome dos consumidores nesta época do ano para habilitá-los para as tradicionais compras de fim de ano também é uma boa para as empresas.

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Oliveira alerta sobre o comprometimento da renda para quitar as contas.

"Se o consumidor aproveitar o desconto para quitar a dívida à vista, será um bom negócio. O que não pode é assumir um valor mensal que compromete o seu rendimento. É preciso avaliar muito bem a situação."

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O especialista ressalta que é preciso ficar bem atento às propostas das credoras.

O consumidor tem de partir do valor efetivo da dívida para negociar. Por exemplo%2C o débito dele era de R%24 1.000%2C mas%2C por ter deixado de pagar há muito tempo%2C o valor hoje estaria em R%24 3.000. Então%2C a empresa diz que dará um desconto de 50% e ele pagará R%24 1.500%2C quando%2C na verdade%2C o valor ainda é maior do que o que ele está devendo. Ou seja%2C nesse caso não será vantajoso.

(Miguel de Oliveira)

A educadora financeira Camilla Magrini orienta o consumidor a ter cautela antes de fechar qualquer acordo, dada a incerteza da nossa economia.

"Em época de crise, não é o momento para pagar uma dívida passada. Não sabemos qual será o impacto da inflação no preço das cestas de consumo. Por isso não aconselho a utilizar o dinheiro de uma reserva para quitar dívida ativa", frisa.

Aproveitar o momento dos feirões para quitar uma dívida que esteja dando "dor de cabeça", segundo Camila, pode ser viável desde que não comprometa o orçamento.

Eu não posso pôr em risco minhas contas do mês a mês para essa finalidade. Eu posso poupar%2C conter gastos e programar a quitação do débito mais para a frente.

(Camilla Magrini)

A especialista também lembra que o cenário de alta da Selic (taxa básica de juros) é outro ponto a considerar antes de quitar dívidas e pôr suas contas em risco.

"Não adianta pagar a dívida atrasada, comprometer as contas do mês e precisar pedir um empréstimo para quitá-las. Esse crédito estará mais caro e, portanto, não trará vantagens."

Teresa Tayra, também educadora financeira, pontua quatro aspectos para observar antes de aderir a qualquer feirão:

1) Pesquise o valor do débito e das taxas cobradas

Muitas dívidas, dependendo do produto ou credor, contêm taxas abusivas de atraso. E isso dá a sensação de boas taxas de renegociação, quando, na verdade, continuam abusivas. Pesquise com detalhes as taxas.

2) Suas dívidas são recorrentes?

Verifique se a dívida é uma recorrência de um padrão de vida incompatível com sua renda.

Se esse é seu caso, é preciso adequar seu orçamento antes de qualquer renegociação.

3) A parcela da renegociação cabe no seu orçamento?

Antes de fechar o acordo, faça as contas e veja se a mensalidade que vai assumir caberá no seu orçamento. Se você não fizer esse planejamento, haverá grande risco de voltar a se endividar.

4) Identifique os motivos do endividamento

Toda dívida mostra um grande aprendizado. Talvez um padrão inadequado com a renda, talvez a falta de uma reserva financeira para imprevistos, talvez por ter emprestado nome ou cartão a terceiros. Ou outros motivos.

Mais do que quitar%2C é preciso não entrar novamente em dívidas.

(Teresa Tayra)

Para Teresa, registrar todos os gastos no papel e avaliar de forma criteriosa o que entra e o que sai no orçamento é uma forma de ajudar no processo de planejamento financeiro.

Veja as dicas dos economistas para reduzir os gastos no supermercado

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