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Aniversário de 459 anos do Rio: veja fatos históricos e curiosidades que podem surpreender até os cariocas

Demolição do Pão-de-Açúcar, sequestro da cidade e outras importantes histórias foram citadas por historiadores e guias de turismo

Rio de Janeiro|Bruna Oliveira e Jessica Lins, do R7

Rio de Janeiro completa 459 anos neste 1º de março
Rio de Janeiro completa 459 anos neste 1º de março Rio de Janeiro completa 459 anos neste 1º de março (Pedro Kirilos/ Riotur)

O Rio de Janeiro completa 459 anos nesta sexta-feira (1º). Desde a fundação em 1565, não faltam histórias para contar sobre a Cidade Maravilhosa, que foi capital do Brasil e berço de grandes artistas e intelectuais.

O R7 conversou com guias de turismo e historiadores para resgatar memórias e curiosidades que podem surpreender até mesmo os cariocas. 

Aliás, você já parou para pensar que a palavra carioca é uma das heranças das origens indígenas? O historiador Thiago Gomide, que faz sucesso com a página Tá na História, explica que há divergências sobre o significado do termo em Tupi-Guarani. Uns defendem que seria "casa do homem branco", outros acreditam que seja "casa do índio Carijó". Mas o que se acredita é que o rio Carioca, importante no abastecimento da cidade, tenha contribuído para a população começar a chamar de carioca quem nasce no Rio de Janeiro. 

E, ao contrário do que muita gente pensa, a tradicional rua Primeiro de Março, no centro, não recebeu o nome em homenagem à data da fundação da cidade, mas, sim, por causa do término da Guerra do Paraguai, em 1870, segundo o historiador Milton Teixeira. Inicialmente, ela era chamada de rua Direita.

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Sequestro da cidade

Já sob o domínio português, a cidade foi sequestrada por franceses, em 1711, com exigência de resgate e tudo. O historiador Thiago Gomide relata que os invasores assumiram postos importantes, atearam fogo em prédios e saquearam a região: "O governador teve que fazer uma 'vaquinha' com os ricos para poder devolver a cidade para eles".

O caso foi resolvido mediante o pagamento em ouro, vacas e até outros animais. Mas, devido à facilidade com que os estrangeiros entraram na baía de Guanabara, depois desse episódio houve a construção de novos fortes pela cidade, inclusive, o Forte do Leme, de acordo com o historiador.

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Ameaça a cartão-postal

Pão-de-Açúcar não foi demolido por pouco
Pão-de-Açúcar não foi demolido por pouco Pão-de-Açúcar não foi demolido por pouco (Tânia Rego/Agência Brasil)

E quem diria que outro francês ameaçaria um dos maiores cartões-postais da cidade? Já nos tempos do Império, o militar Courcy sugeriu derrubar o Pão-de-Açúcar para aumentar a ventilação no centro do Rio.

Isso porque, segundo o historiador Thiago Gomide, no decorrer dos séculos, após a chegada dos portugueses, o Rio ficou conhecido como "túmulo dos estrangeiros", devido à proliferação de doenças.

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No entanto, a ideia não foi para frente porque seria uma operação cara. O curioso é que o autor da proposta chegou a dizer que os bens preciosos encontrados ali poderiam custear a obra — o que, para o historiador, levanta suspeitas já que ele também trabalhava com exploração de minerais.

Centro histórico

Paço Imperial guarda memória do país
Paço Imperial guarda memória do país Paço Imperial guarda memória do país (Alexandre Macieira/ Riotur)

Quem passa pelo centro do Rio com um olhar mais atento, pode ter a sensação de ter mergulhado em um livro de História do Brasil. Ruas e prédios guardam importantes memórias do país.

Presidente da Liga Independente de Guias, Arnaldo Bichucher diz que não é raro cariocas e fluminenses se surpreenderem ao perceber que estão diante de locais onde ocorreram os eventos históricos estudados na escola.

Consolidada ao longo dos anos como centro administrativo do Rio, a praça XV concentra monumentos que marcaram diferentes períodos do Brasil: Colônia, Império e República. Para Bichucher, a região é o "principal roteiro turístico-histórico" do país. 

No Paço Imperial, por exemplo, ocorreram importantes fatos históricos como o Dia do Fico, a Abolição da Escravidão e a Proclamação da República. O antigo armazém passou por adaptações para ser a primeira residência da família real portuguesa, em 1808, no Brasil.

Cais do Valongo

Com a presença da família real portuguesa, houve um aumento do tráfico de pessoas escravizadas e a transferência do local de desembarque delas para a praça Mauá.

Cais do Valongo é reconhecido como Patrimônio Mundial
Cais do Valongo é reconhecido como Patrimônio Mundial Cais do Valongo é reconhecido como Patrimônio Mundial (Thomaz Silva/ Agência Brasil)

Em 1811, aconteceu a abertura do Cais do Valongo, considerado o porto que mais recebeu africanos escravizados nas Américas.

Segundo pesquisadores, passaram pelo local cerca de 1 milhão das 4 milhões pessoas trazidas ao Brasil. 

Em 1831, o cais foi desativado por conta da proibição do tráfico de escravizados, por pressão da Inglaterra. Em seguida, o local passou por uma reforma e recebeu outro pavimento para receber a então princesa Teresa Cristina, para o casamento com Dom Pedro II, em 1841.

No século seguinte, o local foi aterrado no processo de urbanização da cidade promovido por Pereira Passos. A redescoberta do cais só ocorreu em 2011, durante as obras de revitalização da zona portuária. 

Atualmente, o Sítio Arqueológico Cais do Valongo é reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) não somente pela preservação da memória das pessoas submetidas à violência da escravidão, mas também pela importância social, econômica e cultural dos povos africanos na história do Brasil.

Berço de grandes artistas e intelectuais

Carmen Miranda morou na casa da 13 da Travessa do Comércio
Carmen Miranda morou na casa da 13 da Travessa do Comércio Carmen Miranda morou na casa da 13 da Travessa do Comércio (Bruna Oliveira/ R7)

O que muita gente não sabe é que Machado de Assis, fundador da ABL (Academia Brasileira de Letras), nasceu no morro do Livramento, próximo à praça Mauá.

Apesar de poucos registros sobre o fato, o guia de turismo Cosme Felippsen conta que há informações citadas em livros e outras contadas por moradores.

"Acredita-se que ele tenha vivido em um casarão, hoje abandonado, que foi do senador Bento Barroso".

E na região da praça XV, pertinho do famoso Arco do Teles, viveu a "Pequena Notável". Ainda criança, Carmen Miranda se mudou de Portugal para o Brasil.

O guia de turismo Arnaldo Bichucher conta que uma das maiores artistas a representar o país pelo mundo morou na Travessa do Comércio, número 13, até ser descoberta por Josué de Barros. A casa onde a mãe dela possuía uma pensão continua de pé.

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