Comerciantes do centro do Rio estimam ter o faturamento reduzido pela metade neste fim de ano. Segundo o presidente do Sindilojas (Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro), Aldo Gonçalves, o impacto nas vendas é provocado pelas alterações no trânsito da avenida Rio Branco, no centro do Rio, via que dá acesso ao maior centro comercial do Rio, o Saara.
Dados divulgados pelo sindicato apontam que, em outubro deste ano, o comércio na região do centro teve queda de 3,1% comparado com o mesmo período de 2013. De acordo com o Sindilojas, este é o menor índice do mês de outubro desde 2006. Em compensação, houve aumento das vendas nas zonas norte (5,8%) e sul (1,2%).
Para Gonçalves, as obras de revitalização e as intervenções na Rio Branco são o motivo para os baixos índices de venda.
— Qualquer dificuldade na mobilidade urbana prejudica a cidade e o comércio. Os táxis estão evitando vir para o centro e o prefeito recomenda que as pessoas evitem a região.
A última alteração no trânsito da avenida Rio Branco ocorreu em 29 de novembro, quando duas pistas foram fechadas e a via começou a operar em mão única no trecho entre a Candelária e a Cinelândia, sentido aterro do Flamengo. A interdição foi em função das obras para a implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), e, com isso, ficou impedida a circulação de táxis e ônibus intermunicipais.
Ao R7, Gonçalves falou que as mudanças poderiam ter sido pensadas em outra época do ano, já que no Natal e no Ano-Novo, as vendas aumentam e as perdas acumuladas no ano são recuperadas.
— Essa época corresponde a 35%, 40% do faturamento do ano inteiro em alguns segmentos. Agora, a estimativa é de que as vendas nesse período caiam até 50%.
De acordo com Gonçalves, a diminuição nas vendas pode obrigar lojistas a fechar e também provocar demissões ou diminuir a oferta de empregos, que sempre aumenta no setor neste época do ano. O presidente do Sindilojas disse que enviou ofício à prefeitura para tentar adiar a medida. Ele reclamou que a administração municipal "não dialoga com as classes"
— Mandamos um ofício à prefeitura para ver se adiava essa proposta, mas não tivemos resposta.
Procurada pelo R7, a Prefeitura do Rio informou que não é possível adiar ou alterar o cronograma de obras da cidade.