O coordenador do AfroRaggae, José Júnior, afirmou que o incêndio em uma pousada da ONG e na redação do jornal Voz da Comunidade, que funcionavam em um prédio no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, foi ordenado pelo pastor Marcos Pereira, preso por suspeito de estupro a fiéis.
— A ordem vem do Marcos Pereira, que se diz pastor e não tem nada de pastor. Desde que nos posicionamos contra ele, aconteceram coisas. Não vai nos surpreender se aparecer droga no AfroReggae ou se alguém aparecer morto, até mesmo eu.
O R7 entrou contato com a defesa do pastor, mas não havia conseguido um posicionamento até a publicação desta reportagem.
Durante perícia, a Polícia Civil encontrou uma lata de querosene no imóvel e notou que uma janela foi arrombada. De acordo com o delegado Reginaldo Guilherme da Silva, seriam indícios de um ato criminoso.
O principal suspeito de ter ateado fogo ao prédio é Wagner Moraes da Silva. Resgatado com 30% do corpo queimado, ele está internado em estado grave no hospital Getúlio Vargas, na Penha. Segundo a polícia, ele foi ouvido informalmente e apresentou versão confusa. Por isso, acabou indiciado por incêndio criminoso. De acordo com o delegado Reginaldo, o jovem disse que entrou no local para apagar o fogo.
— Ele falou isso, mas não foi convincente. Quem entra pela janela para apagar fogo?
Ainda de acordo com a perícia, foram encontrados três focos de incêndio, dois no terceiro andar e um no primeiro. O segundo andar não apresentava nenhum indício.
Fotos dos estragos causados foram divulgadas em redes sociais pelo coordenador da ONG e pelo estudante Rene Silva, responsável pelo jornal comunitário.
Segundo o Corpo de Bombeiros, três viaturas do Quartel de Ramos chegaram ao local por volta das 4h30, mas os estragos não puderam ser evitados. A polícia apura se comparsas ajudaram o suspeito Wagner da Silva, já que sumiram objetos como micro-ondas e aparelho de TV de dentro da sede da Voz da comunidade.