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Defensora diz ter encontrado cama ensopada de sangue no Jacarezinho

Maria Júlia Miranda, do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria do Rio, esteve na comunidade após operação com 25 mortos

Rio de Janeiro|Do R7

A defensora pública Maria Júlia Miranda, do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria do Rio, esteve no Jacarezinho, zona norte da cidade, pouco depois da matança desta quinta-feira (6). Logo de cara, deparou-se com becos e casas repletos de sangue. A operação policial com maior número de mortos na História do Estado, a incursão que vem sendo classificada como Chacina do Jacarezinho tirou 25 vidas - um policial e 24 pessoas cujos nomes ainda não foram revelados.

Manchas de sangue ficaram em colchão de criança que mora na comunidade
Manchas de sangue ficaram em colchão de criança que mora na comunidade Manchas de sangue ficaram em colchão de criança que mora na comunidade

"Ouvimos muitos relatos de violação de domicílios, mortes. Muitos muros e portas cravejados de balas", conta Maria Júlia.

A equipe da Defensoria entrou em duas casas que serviram, durante a operação, de palco para mortes. "Na primeira, a família foi tirada de casa; morreram dois rapazes na sala. A sala estava repleta de sangue. Havia até partes de corpo - que pareciam massa encefálica, mas é difícil dizer exatamente", diz.

A segunda casa visitada foi o lar de um casal que tem uma filha de 8 anos. Um homem morreu dentro do quarto dela, que viu toda a cena. "Tinha uma poça de sangue no quarto; a cama lotada de sangue, inclusive a coberta que a menina usa. Essa menina está completamente traumatizada", afirma a defensora.

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O cenário das casas e o fato de as pessoas terem sido arrastadas já mortas de dentro delas fazem com que a Defensoria veja indícios de execução e de "desfazimento da cena do crime".

Nesta sexta-feira (7), corpos dos mortos chegaram ao IML (Instituto Médico Legal ). Preocupado com a independência das investigações, o Ministério Público do Rio enviou um perito próprio para acompanhar os trabalhos do IML, que é ligado à Polícia Civil - mesma corporação que tocou a operação de ontem.

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"O perito vai acompanhar todo o trabalho no IML e registrar, inclusive em imagens, o que for do interesse da investigação independente do MP-RJ", informou. "A apuração criteriosa dos fatos é importante para a avaliação da adoção das medidas de responsabilização aplicáveis. Desde o conhecimento das primeiras notícias referentes à operação, o MP-RJ vem adotando todas as medidas para verificação das circunstâncias em que ocorreram as mortes."

Batizada de Operação Exceptis, a incursão tinha como intuito prender traficantes do Comando Vermelho, facção que comanda o Jacarezinho. No saldo final, contudo, não houve nenhum preso.

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