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Mesmo sob intervenção, tiroteios crescem 56% em 10 meses no Rio

Observatório da Intervenção divulgou relatório que também aponta aumento de 36,3% nas mortes provocadas por policiais em 2018

Rio de Janeiro|PH Rosa, do R7

Para cientista social, intervenção não trouxe mudanças significativas para o Estado
Para cientista social, intervenção não trouxe mudanças significativas para o Estado Para cientista social, intervenção não trouxe mudanças significativas para o Estado (Tânia Rêgo/Agência Brasil - 10.10.2018)

O Estado do Rio passou dez meses e doze dias sob intervenção federal na área de Segurança em 2018. Entretanto, o número de tiroteios cresceu 56% no período de fevereiro a dezembro. Foram 8.193 registros de disparos no ano passado, contra 5.238 no mesmo período de 2017.

Intervenção no Rio deixou de lado ações de inteligência, diz relatório

Os números foram revelados pelo Observatório da Intervenção nesta quinta-feira (14), quase um ano após o ex-presidente Michel Temer decretar a ação dos militares na Secretaria de Segurança do Rio.

Segundo o documento, também houve um aumento nas mortes provocadas pela polícia. De fevereiro a novembro, foram 1.287 mortes por intervenção policial, 36,6% a mais que o mesmo período do ano anterior. 

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Com crédito extraordinário de R$ 1,2 bilhões do Governo Federal injetados na Segurança, e apenas 6% desse valor gasto, a cientista social e coordenadora do relatório, Silvia Ramos, afirmou que a intervenção não trouxe “mudanças significativas na segurança pública do Rio de Janeiro”.

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"A intervenção foi uma tentativa cara e inócua de mudar um contexto complexo, usando táticas antigas ao invés das reformas estruturais e políticas inovadoras que seriam necessárias. É, claramente, um modelo que não deveria ser repetido em outras situações de crise no Brasil."

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Num geral, o número de mortes violentas - que somam os índices de homicídios dolosos, latrocínios, mortes por intervenção de agentes do Estado e lesão corporal seguida de morte – apresentou uma queda de 1,7%, considerada pouco significativa pelo observatório.

Quando comparadas as regiões, a capital e a Baixada Fluminense tiveram as maiores quedas nesses indicadores, com 15,9% casos a menos em relação a 2017. Porém, o relatório afirma que houve uma “explosão de violência” no interior, onde esse tipo de crime aumentou 15,8%.

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Crimes contra o patrimônio

Um dos crimes que mais teve queda durante o período da intervenção federal em todo o Estado foi o roubo de cargas, com uma redução de 15,3%, comparando com o ano anterior. Segundo o laboratório, em contrapartida, houve um aumento regional deste índice, principalmente na Grande Niterói (Niterói, São Gonçalo e Maricá), com 19,1% de casos a mais, e de 46,5% no interior do Estado, o que também evidencia “deslocamento do crime da capital para o interior”.

De acordo com Silvia Ramos, a intervenção não resolveu problemas estruturais no Estado e “acentuou o poder bélico e letal das respostas na área de segurança”.

O relatório destacou algumas políticas que ajudariam a diminuir o impacto da violência do Rio de Janeiro, como investimento em inteligência e ações estratégicas para modernizar a gestão.

“Ações de inteligência, investigações eficientes e respostas rápidas a este tipo de crime surtiriam efeitos maiores no combate à violência”.

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