Moradores protestam após morte de entregador durante ação da PM no Complexo do Chapadão, no Rio
Amigos de Lucas Martins da Conceição, de 20 anos, acusam policiais de terem realizado emboscada na comunidade, na quarta
Rio de Janeiro|Victor Tozo, do R7*, com Anabel Reis, da Record TV Rio
![Lucas deixou filho de 1 ano](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/QHFFFL3TONPEVM6IXDN4XD33KE.jpg?auth=b451c160d3348a666a3718f739f0c5f31bea62f159d11ee98527a7586b34da10&width=735&height=777)
Moradores do Complexo do Chapadão, na zona norte do Rio de Janeiro, protestaram nesta quinta-feira (25), após a morte do entregador de lanches Lucas Martins da Conceição, de 20 anos, durante uma operação da Polícia Militar na comunidade.
Manifestantes queimaram pneus e familiares se reuniram em frente à 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) para pedir justiça por Lucas, baleado na noite de quarta-feira (24). Segundo testemunhas, ele e amigos assistiam a um jogo de futebol enquanto ele se preparava para fazer uma entrega de moto quando os tiros começaram.
A PM afirmou que agentes do 41º BPM (Irajá) faziam um patrulhamento na região quando foram atacados a tiros por criminosos armados. Os policiais revidaram e, em meio ao confronto, duas pessoas foram baleadas.
Lucas chegou a ser socorrido em um blindado da corporação até o Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, mas não resistiu.
Um outro homem, que não teve a identificação divulgada, também morreu no conflito. De acordo com a polícia, ele tinha anotações criminais por roubo e tráfico de drogas.
Testemunhas do tiroteio negam a versão da PM e dizem que não havia confronto no local. Eles acusam os militares de terem entrado na comunidade em uma viatura descaracterizada e realizado uma emboscada.
"Estava tudo normal. [Os policiais] Alegaram que foram atrás de uma perseguição, de um assalto. Mas todo mundo sabe que isso não aconteceu", disse um mototaxista à Record TV Rio.
Outra pessoa próxima ao entregador relatou que ele foi atingido pelas costas, "de maneira covarde e cruel".
Lucas será enterrado nesta sexta-feira (26), no cemitério de Olinda, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, às 14h. Ele deixou a mulher e um filho de um ano de idade.
A Polícia Civil informou que o caso será investigado pela 31ª DP, responsável pela área onde ocorreu o fato. Os policiais militares que participaram da ação foram ouvidos e as armas apreendidas para perícia.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Odair Braz Jr.