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Operação apreende mais de R$ 300 mil nas casas de PMs envolvidos em esquema de corrupção no Rio

Maior parte do valor foi encontrada na casa do major Edson Alexandre Pinto

Rio de Janeiro|Do R7, com Agência Brasil

Dinheiro e joias foram apreendidos na casa do major Edson Alexandre Pinto de Góes
Dinheiro e joias foram apreendidos na casa do major Edson Alexandre Pinto de Góes Dinheiro e joias foram apreendidos na casa do major Edson Alexandre Pinto de Góes

Foram encontrados cerca de R$ 300 mil na casa do coordenador de Operações do Batalhão de Bangu (14º BPM), Edson Alexandre Pinto de Góes, e R$ 33 mil na casa de um sargento, cujo nome não foi divulgado. A apreensão é resultado da megaoperação, iniciada na manhã desta segunda-feira (15), para desmantelar uma quadrilha de pelo menos 24 PMs que integravam o Batalhão de Bangu (14° BPM), na zona oeste.

Outro detido é o chefe do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar, coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira, também responsável pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais), pelo Batalhão de Choque e de Ações com Cães. Considerado o chefe da quadrilha, Fontenelle é um dos mais importantes oficiais na hierarquia da Polícia Militar.

De acordo com a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) à Justiça, os policiais são suspeitos de exigir pagamento de propina de comerciantes, mototaxistas, motoristas e cooperativas de vans, além de empresas transportadoras de cargas na área do batalhão. A quadrilha atuava há pelo menos dois anos e exigia propinas de R$ 10 a R$ 10 mil. 

O promotor de Justiça Cláudio Calo afirma que as empresas de eletrodomésticos que fossem entregar mercadoria na região também tinham que pagar propina aos policiais.

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— As equipes de policiamento ostensivo tinham a função de arrecadar a verba e repassar para a administração, como a própria quadrilha denominava o estado maior do 14º BPM. Era uma verdadeira “holding” criminosa militar. Algumas pessoas do Batalhão de Irajá forneciam propinas arrecadadas para integrantes do 14º Batalhão, o que demonstra uma institucionalização da corrupção e não algo isolado.

O promotor relatou o caso de um sargento, integrante da quadrilha, que após ser atropelado entrou de licença total de serviço e continuou a receber propinas. O dinheiro era entregue em domicílio para que ele não denunciasse o esquema.

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O secretário estadual de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que há provas suficientes para provocar a expulsão dos policiais militares envolvidos no escândalo de corrupção que veio à tona nesta segunda-feira. Beltrame falou que está na torcida para que esta ação tenha sido exemplar para outros policiais que pensem em entrar em esquemas de corrupção.

— Avalio como positiva [a operação], embora seja triste. Mas é uma ação que precisa ser feita. Não há uma vacina para corrupção. Nós temos que fazer e dar um caráter exemplar para essas missões. E fazer com que a incidência [de corrupção] diminua.

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A operação começou no final de 2012 e durou cerca de um ano, como continuidade da operação batizada de Compadre I que foi responsável pela prisão de 78 pessoas, incluindo 60 policiais civis e militares. Caso sejam condenados, os réus responderão pelos crimes de associação criminosa armada (Artigo 288 do Código Penal) e por cada um dos crimes de concussão (extorsão cometido por servidor público) previstos na Justiça Militar.

Na denúncia, o Ministério Público pediu ainda reparação por danos materiais e morais, "em respeito à Polícia Militar, porque a imagem do Estado do Rio de Janeiro foi afetada”.

Assista ao vídeo:

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