A Prefeitura do Rio divulgou o panorama de ações da intervenção no BRT em entrevista coletiva nesta quarta-feira (07). Com a participação do prefeito Eduardo Paes, da secretária de transporte Maína Celidônio e da interventora Cláudia Secin, o anúncio explica algumas medidas previstas para o período que começou no final de março e vai até o início de setembro. A estimativa de gastos pela administração municipal no sistema BRT é de R$ 133 milhões.
Dentre as ações, as principais são a manutenção de ônibus articulados para que mais deles possam operar e a abertura de estações que estavam fechadas.
“Estamos nos utilizando da intervenção para minorar o sofrimento da população”, afirmou Eduardo Paes. Ele reiterou que a intenção da prefeitura é caminhar para uma nova administração, diferente das concessionárias atuais.
O prefeito ressaltou que o processo de licitação é demorado. Então, mesmo que a nova licitação só venha em 2022, é garantido que o controle do BRT não voltará para estes consórcios. Para ele, “a intervenção vai dar melhorias, mas ainda está longe do ideal. Vamos focar na manutenção dos ônibus para que a melhora venha ao longo dos meses”. Há um índice de 67% de quebra dos BRTs, em um contexto de estocagem praticamente nula de peças de manutenção, segundo os dados apresentados no Palácio da Cidade, na zona sul do Rio.
De acordo com Secin, além deste foco e a busca pela conservação dos veículos, o diagnóstico dos problemas enfrentados também é essencial para a melhoria do serviço. Como divulgado, um dos grandes problemas enfrentados pelo sistema é a degradação das frotas. Neste momento, apenas 120 dos 297 estão operando. O objetivo da intervenção é que, até o final dos 180 dias, 241 veículos estejam em circulação.
Por enquanto, a introdução da linha “Diretão” funciona para diminuir o inchaço nas estações Magarça, Pingo D’Água e Mato Alto até a Alvorada. Com destino direto até o terminal da Barra da Tijuca, mais 1.000 passageiros passaram a usar o BRT desde que o recurso foi implementado, segundo a Prefeitura do Rio. De janeiro a fevereiro, a administração municipal conseguiu abrir 15 estações. Agora, 88 estações estão abertas e 46 fechadas. O plano é reabrir de 7 a 8 estações por mês até que todas estejam funcionando.
Sobre os ônibus de linha comum, Celidônio divulgou cinco estudos de caso que já estão finalizados para reimplantação e melhoria do serviço. Com o objetivo de desafogar o sistema do BRT, o estudo da Secretaria de Transporte ainda está em andamento para que mais linhas comuns possam funcionar. De acordo com o levantamento parcial, de 2010 a 2021, 800 linhas de ônibus foram criadas, modificadas ou descadastradas no Rio.
A coletiva incluiu o término da Transbrasil, com revisão das obras de Deodoro até a Rodoviária. Com recursos federais, a retomada já poderia ter acontecido em março, mas a prefeitura afirma que ainda precisa revisar as modificações feitas pela gestão anterior. Então ainda não há previsão para o início das obras, mas Paes disse que o objetivo é terminá-las até ano que vem. Além disso, também há um projeto de integrar o VLT com o BRT na região do Gasômetro, para que haja mais funcionalidades dos sistemas.
Investimento da Prefeitura no BRT
O projeto de lei que autoriza o uso do dinheiro da prefeitura no sistema BRT vai ser votado amanhã na Câmara dos Vereadores. O vereador Pedro Paulo, a interventora Cláudia Secin e a secretária de transporte Maína Celidônio estarão presentes. Segundo Paes, a aprovação da medida trará mais conforto aos gestores públicos.
Câmara discute projeto de investimento da Prefeitura do Rio no BRT
Segundo o prefeito Eduardo Paes, a Seop (Secretaria de Ordem Pública) deve anunciar em breve a criação do Programa BRT Presente. Paes adiantou que o secretário Brenno Carnevale deve estar com um pedido na Câmara dos Vereadores que propõe o apoio de agentes da Guarda Municipal e Polícia Militar.
*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa