Mãe de adolescente temia pela vida da filha
Reprodução/Rede RecordA mãe da adolescente vítima de um estupro coletivo na zona oeste do Rio relatou que temeu pela vida da filha ao ver o vídeo do crime circulando nas redes sociais. Ela descobriu o que tinha acontecido apenas quando viu a repercussão na internet.
— Eu fiquei surpresa porque nunca achei que eles fossem capazes de tanta barbaridade.
"Eles" são 33 traficantes do morro da Barão, em Praça Seca. Segundo a defesa da vítima, ela foi até a comunidade para encontrar o namorado, no sábado (21). Em depoimento à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, ela afirmou que não lembra do crime, mas acordou no domingo (22) e viu 33 homens armados com fuzis e pistolas em volta dela.
A adolescente relatou que após despertar sentia fortes dores, apesar de não saber o que aconteceu. Depois, ela disse que pegou um táxi para voltar para a casa em que mora com a mãe. Ao chegar em casa, percebeu que o telefone celular havia ficado na comunidade. Na terça-feira (24), ela voltou ao local para pegar o celular e não voltou mais até ser resgatada.
Na quarta-feira (25), um agente comunitário a encontrou, dopada, e levou para a casa da mãe, que ficou aliviada em reencontrar a filha. Ela afirma que ao ver o vídeo, na manhã de quarta, pensou que não veria mais a filha viva.
— Fiquei muito transtornada e naquele momento só pedia para Deus que ela estivesse viva ainda, e que voltasse com vida, do jeito que estivesse.
Sem preocupações ou julgamentos sobre a situação em que a filha estava, a mãe da menina diz que a maior preocupação era voltar para casa com vida, porque, segundo ela, não acreditava que alguém pudesse liberá-la depois de um crime tão brutal.
— A minha preocupação maior era com a sobrevivência. Se ele ia liberar ela, se alguém ia conseguir resgatar.
A adolescente fez exames no IML (Instituto Médico Legal) e as investigações estão em andamento. O delegado Alessandro Thies pede que informações que possam ajudar a identificar os suspeitos sejam eviadas ao e-mail alessandrothiers@pcivil.rj.gov.br.
Criminosos divulgaram vídeos nas redes sociais
ReproduçãoSolidariedade
A presidente afastada Dilma Rousseff se manifestou na tarde desta quinta-feira (26) sobre o estupro coletivo. Em publicação no Facebook, Dilma diz prestar solidariedade à vítima e reafirmou o repúdio à violência contra as mulheres. “Precisamos combater, denunciar e punir este crime. É inaceitável que crimes como esse continuem a acontecer. Repito, devemos identificar e punir os responsáveis”.
"Ato de barbárie"
A OAB-RJ se manifestou também nesta tarde contra o crime. Pela Comissão Permanente OAB Mulher, o órgão expressou “mais profundo repúdio ao ato de barbárie”. Na nota, a OAB-RJ diz que “os atos repulsivos demonstram, lamentavelmente, a cultura machista que ainda existe, em pleno Século 21”. O texto ressalta que frases e piadas machistas “correm o risco de se tornarem potenciais incentivadoras de comportamentos perversos”.
A seccional também ofereceu assistência jurídica e declarou o apoio à família da vítima.