Sobe para 8 o número de mortos após confrontos na Rocinha
Polícia Militar corrigiu informação e diz que apreendeu seis pistolas com os seis suspeitos baleados durante o confronto
Rio de Janeiro|Bruna Oliveira, do R7
A Delegacia de Homicídios da Capital investiga oito mortes após confrontos entre suspeitos e policiais do Batalhão de Choque na Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro, na manhã deste sábado (24).
De acordo com a Polícia Civil, seis pessoas baleadas foram socorridas e levadas para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, mas não resistiram. Já no início desta tarde, outros dois corpos foram transportados por moradores até a passarela que liga a favela à Vila Olímpica da Rocinha, onde ficaram até a chegada da perícia.
No entanto, a Polícia Militar divulgou pela manhã que socorreu sete criminosos para o Hospital Miguel Couto. Todos morreram na unidade. Ainda de acordo com a PM, eles estavam com fuzil, sete pistolas e duas granadas.
Procurada pelo R7, a assessoria de imprensa da PM informou que "devido às equipes estarem no terreno da ação policial enquanto repassavam as informações, houve incorreção no número de feridos socorridos na nota enviada na manhã deste sábado (24) e no armamento apreendido - foram seis criminosos socorridos e seis pistolas apreendidas'.
Investigações
Por volta de 15h30, os policiais militares envolvidos no confronto prestavam depoimento na DH Capital. As armas dos PMs foram apreendidas para perícia.
Tiroteio
Segundo relatos nas redes sociais, moradores foram acordados nesta manhã com um intenso tiroteio que durou cerca de duas horas. O confroto começou, por volta de 5h30, quando terminava um baile funk na comunidade e ocorria a troca de turnos de policiais.
As trocas de tiros tiveram início na localidade conhecida como Roupa Suja, que fica acima do túnel Zuzu Angel, mas se estendeu para o alto da comunidade, na rua Dois, e para rua do Valão, na parte baixa.
PM e morador mortos
Outro confronto na Rocinha, na última quarta (21), terminou com um PM e um morador, conhecido como Seu Marechal, mortos.
Antonio Ferreira da Silva, de 70 anos, estava na passarela que fica em frente à comunidade, onde vendia ferro-velho e consertava eletrodomésticos. Ele foi atingido por um tiro após policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha serem atacados por traficantes no Largo do Boiadeiro.
Além do idoso, o policial militar Felipe Santos de Mesquita, de 28 anos, foi baleado no abdômen durante o tiroteio. Ele foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Guerra do tráfico
Desde setembro de 2017, a Rocinha é alvo de operações constantes em razão de uma guerra entre traficantes pelo controle da venda de drogas na comunidade.
Segundo o Disque Denúncia, um dos lideres da Rocinha é o traficante Leandro Pereira da Rocha, conhecido como "Bambú", de 28 anos.
Ele responde por diversos crimes como, tráfico de drogas, associação para a produção e tráfico, dano qualificado, resistência, homicídio qualificado, roubo majorado e crimes do sistema nacional de armas. Além disso, constam três mandados de prisão contra Leandro.