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Dois suspeitos de abusar de passageiras na estação Sé do metrô são detidos

Um deles filmava as partes íntimas de passageiras com celular; outro apalpou usuária

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7, com Estadão Conteúdo

Segundo delegado, há agentes infiltrados nos trens do Metrô e da CPTM para identificar abusadores
Segundo delegado, há agentes infiltrados nos trens do Metrô e da CPTM para identificar abusadores Segundo delegado, há agentes infiltrados nos trens do Metrô e da CPTM para identificar abusadores

Dois homens foram presos por suspeita de molestar mulheres dentro da estação Sé do Metrô, em São Paulo. Os casos aconteceram no início da manhã desta quarta-feira (19). 

Em uma das ocorrências, um administrador de empresas de 24 anos foi flagrado filmando as partes íntimas da vítima com um celular. Ele posicionou o aparelho sob a saia da auxiliar administrativa de 25 anos, quando ela subia a escada rolante.

No outro caso, um engenheiro de 26 anos apalpou uma passageira, uma vendedora de 33 anos, dentro do trem. Os dois homens foram detidos em flagrante e estão na Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano) da Barra Funda, onde acabaram autuados por importunação ofensiva ao pudor, que não é crime, mas contravenção penal. Ambos responderão em liberdade, segundo o delegado da Deatur (Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista), Osvaldo Nico Gonçalves. 

— Estes casos que a guarda do Metrô tem trazido para cá, juntamente com o pessoal da ferroviária, são importunação ofensiva ao pudor, que não há tanta violência, mas dá um constrangimento terrível para a mulher. É duro ouvir o que elas têm nos relatado [...] Acho que a lei é fraca. Esse pessoal deveria ficar preso, mas estamos aqui, representando a lei. Vamos cumprir o que ela determina.

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De acordo com Gonçalves, o administrador já havia filmado outra usuária do Metrô momentos antes.

— O que filmou as partes íntimas da mulher está no metrô só para isso. Já havia outra que ele tinha filmado e a pessoa nem percebeu [...] Já o engenheiro se aproveitou da menina para passar a mão nela por duas vezes e ainda com um sorriso sarcástico, perguntando se ela gostou ou não gostou.

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Conforme o delegado, o administrador admitiu que costuma gravar imagens de passageiras, enquanto o engenheiro negou a acusação feita pela vítima.

— Ele diz que tem uma tara por isso [filmar as partes íntimas de mulheres], que ele faz mesmo e depois fica vendo em casa e ainda curte com a namorada dele. O segundo [engenheiro] tentou se esquivar, mas as evidências contra ele são grandes.

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Só neste ano, a Delpom contabilizou 17 ocorrências de mulheres molestadas em composições da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e do Metrô. Destas, 16 foram registradas como importunação ofensiva ao pudor e uma como estupro. Esta última aconteceu na segunda-feira (17), quando um desempregado de 24 anos foi preso por suspeita de abusar sexualmente de uma usuária da linha 7-Rubi da CPTM, entre as estações Tatuapé e Luz.

De acordo com a polícia, a vítima, uma supervisora de 30 anos, estava dentro do trem lotado, quando o desempregado se posicionou atrás dela na tentativa de "encoxar" a mulher. O desempregado A.A.S., que cursa administração de empresas, alegou inocência e disse que não encostou na vítima. Afirmou que ejaculou na mulher acidentalmente.

Agentes infiltrados

Gonçalves informou que há policiais infiltrados dentro das composições, procurando identificar os abusadores. Disse também que agentes do serviço de inteligência estão monitorando páginas na internet sobre “encoxadores”.

— Eles [abusadores] estão se utilizando dessas redes de “encoxadas”, desses grupos no celular, que estão proliferando. Infelizmente, a internet está sendo usada para o mal [...] Nosso serviço de inteligência está identificando as máquinas [computadores], os IPs (identidades eletrônicas) que estão convocando as pessoas para fazer um “rolezinho” no metrô. A guarda do Metrô está atenta e está trabalhando bastante, e nós não temos preguiça. Vamos encher de flagrantes.

Trinta grupos de molestadores que atuam no Metrô e na CPTM estão sendo investigados. Eles têm páginas no Facebook e em outras mídias sociais nas quais estimulam atos obscenos em mulheres no sistema ferroviário. A Delpom e a unidade de inteligência do Decade (Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas) querem levantar informações de quem são as pessoas e com quem elas se relacionam.

Visibilidade e repúdio

Segundo o delegado, casos de molestadores em transporte público não são novidade, mas estão ganhando mais visibilidade em função das redes sociais

— Não é um fato novo. Agora estão sendo divulgados nas redes sociais e deram mais atenção. No ano passado inteiro, temos vários casos desses. Com essas divulgações nas redes sociais, nesses grupos de telefones, ficou mais evidente, e o apelo social, o repúdio contra isso está muito grande, motivo pelo qual os casos estão aparecendo mais e a polícia está trabalhando mais.

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Colaboração dos usuários

Depois da ocorrência de estupro, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e o Metrô pediram, em nota, a cooperação dos usuários para identificar e denunciar práticas de constrangimento e comportamentos inadequados no interior dos trens.

Os usuários devem denunciar os suspeitos imediatamente a algum agente de segurança. Outra opção é mandar um torpedo para o SMS-Denúncia, que garante total anonimato do passageiro. No Metrô, o número é 9 7333-2252. Já a CPTM disponibiliza o celular 9 7150-4949 ou o telefone (0800) 055-0121.

No último fim de semana, o R7denunciou a existência de grupos de molestadores que usam a internet para compartilhar experiências, marcar encontros e trocar imagens das vítimas e relatar casos de abuso sexual.

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