O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou que a tática de movimentos de sem-teto de invadir terrenos desocupados para furar a fila da habitação da Prefeitura de São Paulo "não garante nada a ninguém".
O jornal O Estado de S. Paulo revelou na quinta-feira (31), que o MPE (Ministério Público Estadual) pediu à Justiça uma decisão liminar que proíba convênios entre a Prefeitura e o MTST(Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).
— Nem precisa ir à Justiça, basta acompanhar.
A declaração foi feita pelo prefeito após sancionar o Plano Diretor Estratégico.
— Os processos são todos transparentes. Se o Ministério Público quiser designar alguém para acompanhar, estamos inteiramente abertos.
Líder do MTST afirma que só fala por meio da Justiça
Sem-teto acampam em frente à prefeitura
Haddad ofereceu aos promotores uma cadeira no Conselho Municipal de Habitação da Prefeitura, que tem influência sobre questões de moradia popular, como destinação de recursos a conjuntos habitacionais.
"Oportunismo"
O promotor Maurício Ribeiro Lopes, da Promotoria de Habitação, acredita que as ocupações dos movimentos de moradia são "oportunistas" e podem dar margem a "furos" na fila do cadastro de programas de habitação popular como o Minha Casa Minha Vida, do governo federal. A ação foi apresentada no último dia 25, na 1.ª Vara do Juizado Especial da Fazenda Pública da capital.
Haddad ainda afirmou que o Ministério Público não deve questionar as regras do programa federal que "está funcionando no País inteiro". Mas o prefeito disse concordar com as investigações sobre possíveis casos em que sem-teto passam na frente de outras pessoas no cadastro.