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Justiça liberta homem suspeito de participar de incêndio de estátua

Thiago Vieira Zem, de 35 anos, levou pneus até monumento do Borba Gato. Ele será monitorado enquanto durar as investigações

São Paulo|Do R7, com informações de Edilson Muniz, da Agência Record

Estátua do bandeirante Borba Gato foi incendiada em protesto
Estátua do bandeirante Borba Gato foi incendiada em protesto Estátua do bandeirante Borba Gato foi incendiada em protesto

Após recurso da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, a Justiça concedeu liberdade provisória para Thiago Vieira Zem, de 35 anos. Ele foi preso por suspeita de participar do incêndio da estátua do bandeirante Borba Gato, na zona sul de São Paulo. Ele deixou a carceragem do 101° DP, no Jardim das Imbuias, durante a tarde deste domingo (25).

A decisão é da juíza Eva Lobo Chaib Dias Jorge, que entendeu não haver grave ameaça ou violência no ato cometido pelo indiciado. Ele será monitorado pela justiça durante as investigações.

O comerciante Thiago foi preso na residência em Ferraz de Vasconcelos, na região metropolitana de São Paulo. Ele é apontado como o motorista da van que conduziu as pessoas que atearam fogo na estátua do bandeirante.

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Versão do suspeito

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Thiago afirmou à Polícia Civil que apenas foi contratado para levar os pneus que posteriormente foram queimados junto ao monumento. Ele relatou que trabalha com entregas e recebeu uma ligação de um cliente não identificado, por volta das 11h30.

Como estava no extremo da zona leste e o serviço seria na zona sul, ele acordou com a pessoa o valor de R$ 500. Ao chegar em uma rua, cujo nome não foi informado, Thiago encontrou o contratante do frete e outro homem. Ele o aguardava em frente a um terreno baldio, onde estavam aproximadamente 220 pneus.

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O grupo adulterou com fita isolante a placa do veículo e o telefone que consta ao lado do baú para tentar dificultar a identificação.

Após carregarem os pneus, os três seguiram para a estátua de Borba Gato, em Santo Amaro. No caminho, eles revelaram ao motorista que estavam indo a um protesto.

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Quando chegaram no local, outros manifestantes já os esperavam. Após descarregarem o caminhão, Thiago saiu do local e retirou a fita isolante.

Imagens de uma câmera de segurança obtidas pela Agência Record mostram que, por volta das 13h30, um grupo de mais de 20 pessoas identificadas como integrantes do movimento Revolução Periférica participou na ação.

A Polícia Civil registrou o caso como incêndio e dano qualificado. A adulteração da placa também foi apontada como crime. Os investigadores ainda tentam localizar os contratantes dos serviços de Thiago Zem.

O caso

A estátua do bandeirante Manuel de Borba Gato, localizada na praça Praça Augusto Tortorelo de Araújo, em Santo Amaro, zona sul da capital paulista, foi incendiada no começo da tarde deste sábado (24).

De acordo com a Polícia Militar, cerca de 20 pessoas atearam fogo em pneus colocados na base do monumento. O Revolução Periférica assumiu a autoria do incêndio. Imagens publicadas nas redes sociais mostram o momento em que uma faixa do grupo é exibida diante do monumento em chamas.

Os bombeiros foram acionados e controlaram o fogo cerca de 10 minutos após o início do incêndio. Quando a polícia chegou, os manifestantes já haviam deixado o local e o trânsito foi liberado. Não houve registro de feridos.

A estátua do bandeirante continua de pé, mas houve danos à estrutura. O monumento de concreto de cerca de 13 metros foi inaugurado em 1957 e já foi alvo de outros atos de protesto. Em setembro de 2016, a obra foi pintada com tintas coloridas, assim como o Monumento às Bandeiras, no Parque do Ibirapuera.

Borba Gato fez parte de um grupo que fazia incursões no interior do Brasil e perseguia povos indígenas no período colonial. Não eram, contudo, conhecidos como "bandeirantes" durante a época em que atuaram. A historiadora Iris Kantor, professora de historiografia colonial na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), reforça que o termo foi cunhado por historiadores contemporâneos como Affonso Taunay, que dirigiu o Museu Paulista a partir de 1917. Até então, eram conhecidos apenas como paulistas ou sertanistas.

Prefeitura

A Secretaria Municipal de Cultura informou, em nota, que uma equipe do Departamento de Patrimônio Histórico vistoriou e isolou o local com o auxílio da Defesa Civil para realização de perícia. Após a limpeza, será possível analisar melhor os danos e uma vistoria mais detalhada será realizada pelo engenheiro e agente vistor. A GCM (Guarda Civil Metropolitana) afirmou que vai aumentar o número de rondas pela praça Augusto Tortorelo de Araújo.

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