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Mãe aguarda há 19 anos o retorno da filha: "Enquanto eu viver, vou atrás dela"

Menina sumiu aos cinco anos e até hoje família tenta achar uma resposta

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7


Filhas de Francisca e Lucélia desapareceram na mesma época, no bairro Cidade Tiradentes
Filhas de Francisca e Lucélia desapareceram na mesma época, no bairro Cidade Tiradentes

Nos últimos 19 anos, Lucélia Requena de Araújo, 52 anos, foi obrigada a conviver com a angústia de não encontrar uma resposta para o que aconteceu com a filha Patrícia, desaparecida em 1994, quando tinha cinco anos e oito meses. A cada toque do telefone ou da campainha, o coração ainda dispara.

— Você acha que é uma notícia. Você senta à mesa e sabe que tem seis cadeiras e está faltando um [...] Enquanto eu não desvendar o que aconteceu, essa ferida não fecha.

Ao longo desse tempo, ela procurou pistas e viajou para vários lugares em busca da menina — chegou a ir a Goiás para reconhecer uma criança. Mesmo sem resultado, jamais perdeu a esperança de rever a filha. Sem conseguir conter as lágrimas, ela desabafa:

— Minha família não aceita o fato de eu ter mudado. Meu filho caçula também ficou muito fechado, muito retraído. Ele diz: "Mãe, você vai atrás disso só para sofrer. Tudo que você já fez”. Não posso desistir dela. Enquanto eu viver, vou atrás dela. Quero saber quem foi que tirou minha filha de mim, da casa dela, do espaço dela.

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O sofrimento de Lucélia a aproximou da dona de casa Francisca da Costa, 43 anos, que vive drama semelhante. As convergências entre as histórias de ambas chamam a atenção. Menos de um ano após Patrícia sumir, a filha de Francisca, Aline, de quatro anos e dez meses, também desapareceu, em circunstâncias quase idênticas, também na Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, no dia 7 de maio de 1995. Segundo as duas mães, o mesmo aconteceu com outras crianças do bairro na época.

— Ela [Aline] estava brincando no pátio do prédio e alguém entrou e a levou. É difícil. A gente corre atrás, mas até agora, infelizmente, nenhuma notícia.

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A dona de casa também não cogita a hipótese de desistir.

— Se eu não procurar, quem vai? Sou a mãe dela. Enquanto não tiver uma notícia, a gente não pode parar de procurar. Tem que correr atrás. Não tem como [esquecer]. Mesmo que você tente, não consegue. Você vai comer e pensa: “Será que está com fome?” Você vai tomar banho e pensa: “Será que está tomando banho?” Vai dormir e pensa: ”Será que está passando frio?” O dia a dia é uma tortura. O coração fica apertado.

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