Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Número de casos de síndrome gripal cresce 156% na cidade de SP 

Aumento aconteceu em dezembro, e em 2022 já houve 32.403 atendimentos. Especialistas temem crescimento após festas

São Paulo|Gabriel Croquer, do R7

Internações também dobraram no mês de dezembro, de 280 para 566
Internações também dobraram no mês de dezembro, de 280 para 566 Internações também dobraram no mês de dezembro, de 280 para 566

O número de atendimentos de pessoas com síndrome gripal chegou a 286.858 no mês de dezembro de 2021 na cidade de São Paulo, o que representa crescimento de 156% em comparação a novembro, com 111.949 casos. Até o dia 4 de janeiro deste ano, o ritmo se manteve alto: foram 32.403 atendimentos. 

Os dados foram compilados pela Prefeitura de São Paulo com base nos registros das unidades municipais de saúde. Desses atendimentos, cerca de metade dos casos é de suspeita de Covid-19, enquanto o restante dos pacientes tem sintomas similares aos da gripe comum, causada pelo vírus influenza.

As variantes dos dois vírus (Ômicron, da Covid, e H3N2, da influenza) são apontadas por especialistas como os mais prováveis culpados por trás da explosão dos casos de síndrome gripal e do aumento brusco de internações na capital — que também podem ser o início de uma nova onda da pandemia de Covid-19.

“A tendência geral de subida que nós estamos vendo desde o começo de dezembro tem se mantido. Daqui a alguns dias vão entrar as notificações dos casos que estão represados e o que se espera é que essa subida vai continuar”, afirma Roberto Kraenkel, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e integrante do Observatório Covid-19 BR.

Publicidade

A epidemia de gripe já pressiona unidades da rede pública e privada, que registram superlotação e horas de fila de espera dos pacientes. Em resposta, a prefeitura antecipou a vacinação contra a influenza com doses extras do Instituto Butantan, criou um mutirão de testagem para identificar os tipos de vírus responsáveis e facilitou o atendimento nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

Após o ataque hacker ao Ministério da Saúde, o Brasil sofre com um apagão em diversos estados sobre a situação da pandemia e de internações por SRAG (síndrome respiratória aguda grave). No estado de São Paulo, por exemplo, não há dados dos casos e mortes de Covid-19 desde o dia 10 de dezembro. 

Publicidade

"Já se vão quase três semanas em um processo que não se resolve, em um momento muito crítico, que é a chegada de uma nova variante", critica Kraenkel. Os registros defasados também dificultam o acompanhamento da dimensão que o novo coronavírus e o influenza têm no sistema de saúde. 

Na cidade de São Paulo, o painel Covid-19 da prefeitura mostra que a influenza ganhou protagonismo inédito no último mês, como responsável pela maior parte das internações por SRAG. Nesse período, foram 936 pacientes internados com teste positivo para influenza e 326 com Covid-19.

Publicidade

O acompanhamento nacional ou estadual, porém, ainda depende da testagem dos casos, considerada insuficiente por pesquisadores da área. "A gente não sabe se é influenza ou Covid, porque isso depende dos testes e eles não estão sendo feitos, e se são feitos não são relatados", afirma o pesquisador da Universidade Federal de Viçosa Wesley Cota. 

Cota, que é um dos responsáveis pelo portal Coronavírus Brasil — um dos maiores sites de voluntários sobre monitoramento dos casos, óbitos e vacinação contra a Covid — classifica o momento atual de vigilância como o pior desde o início da pandemia. 

"A fonte do Ministério da Saúde não existe mais, principalmente por municípios (...) Tem um ataque hacker e a gente não sabe o que está acontecendo e por que até agora não voltou ao ar", conclui.

Flurona: dupla infeccção não aumenta o risco de complicações

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.