A Polícia Federal prendeu, na Barra Funda (Zona Oeste de SP), o espanhol Carlos García Juliá, um dos autores do chamado "massacre de Atocha", atentado terrorista de extrema-direita que aconteceu durante a transição da Espanha para a democracia, após a morte do ditador Francisco Franco, em 1977.
Juliá e seu comparsa, José Fernández Cerrá, foram condenados a 193 anos de prisão. Os dois invadiram um escritório de advogados trabalhistas na rua Atocha, em Madrid, no dia 24 de janeiro de 1977 e abriram fogo.
Nove vítimas
No tiroteio, morreram cinco pessoas, os advogados Enrique Valdelvira Ibáñez, Luis Javier Benavides Orgaz e Francisco Javier Sauquillo, o estudante de Direito Serafín Holgado e o auxiliar-administrativo Ángel Rodríguez Leal. Outras quatro pessoas ficaram gravemente feridas.
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Os criminosos, que agiram com outros três cúmplices, eram de um grupo que se posicionava contra a reabertura política da Espanha após a morte de Franco. Francisco Albadalejo, autor intelectual do atentado, foi condenado a 73 anos de prisão.
Fuga para a América do Sul
García Juliá cumpriu pena na Espanha até 1994, quando fugiu para o Paraguai após receber a liberdade condicional. Ele chegou a ser detido na Bolívia, por tráfico de drogas, em 1996, e passou dois anos em um presídio em La Paz.
Depois disso, as autoridades espanholas perderam o seu rastro durante mais de 20 anos. Até que ele foi localizado e preso na última quarta-feira (5) à noite.
Segundo nota divulgada pela Polícia Federal, os investigadores da entidade que também trabalham para a Interpol descobriram que García Juliá estaria vivendo no Brasil com uma identidade falsa.
Os detalhes da captura serão divulgados pela PF durante uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (7). Ainda não há informações sobre um possível pedido de extradição de Juliá para a Espanha.
Relembre o massacre de Atocha e outros atentados ocorridos na Espanha