Uma semana após a publicação da decisão judicial que obriga a prefeitura de São Paulo a voltar a disponiblizar 100% da frota de ônibus, a gestão Bruno Covas busca firmar acordo com sindicatos do setor. A intenção da prefeitura é que a ação seja retirada e a decisão, que estabelece multa diária de R$ 50 mil, suspensa.
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Questionada pelo R7 sobre a manutenção da frota, a prefeitura afirmou que, após reunião na última sexta-feira (24), com o Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo) e o SPUrbanuss (– Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo), "foi acordado que será pedida a suspensão da ação que requeria, no Tribunal de Justiça, o aumento da frota de ônibus na cidade de São Paulo".
Os sindicatos não confirmam que houve acordo com a prefeitura, que já recorreu da decisão.
Desde o anúncio da decisão, no dia 16 de julho, 84% da frota está em circulação. A prefeitura explicou que não cumpriu a determinação porque esta ainda não havia sido publicada no Diário Oficial. Após a publicação, afirmou que manteria a frota abaixo de 100% pela impossibilidade logística para retomar a operação, já que 12% dos funcionários das empresas de ônibus estão afastados por serem do grupo de risco para a covid-19.
Por esta questão, a prefeitura apresentou embargo de declaração para que o desembargador responsável pela decisão esclareça a medida e sua aplicação mesmo com os funcionários afastados.
O Sindmotoristas e o SPUrbanuss, ao entrar com a ação, alegaram que a redução da frota de ônibus tem causado aglomeração de passageiros. A diminuição foi uma das atitudes tomadas pelo Poder Público para tentar conter a pandemia.
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A frota foi mantida em 84% para atender uma demanda de passageiros equivalente a 48%. "Para fazer isso [usar toda a frota] a Prefeitura teria de repassar R$ 500 milhões para o sistema e teria de reduzir investimentos em outras áreas também essenciais como a distribuição de cestas básicas, no sistema municipal de saúde e na educação", escreveu a gestão municipal.