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Prefeitura de SP prevê R$ 4,6 bi em obras de mobilidade até 2024

A ideia é realizar a ampliação da marginal Pinheiros e a construção de corredores rápidos de ônibus, além de pontes, viadutos e túneis

São Paulo|Do R7


Trânsito na marginal Pinheiros
Trânsito na marginal Pinheiros

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), planeja executar um pacote viário avaliado em mais de R$ 4,6 bilhões até 2024. A ideia de transformar a capital paulista em um canteiro de obras até o fim do mandato é acompanhada por um cálculo eleitoral — o prefeito pretende disputar a reeleição. Com o caixa atual de R$ 32,6 bilhões, a prefeitura conta com ampla disponibilidade fiscal e prevê também incrementar a arrecadação com a venda de títulos imobiliários.

A ideia é tirar do papel projetos como a ampliação da Marginal do Pinheiros e a construção de corredores rápidos de ônibus, além de pontes, viadutos e túneis para desafogar o trânsito.

São 20 ações diversas de mobilidade. Duas delas propõem soluções para focos históricos de congestionamento na cidade: o cruzamento da avenida do Estado com a Santos Dumont e o da avenida Domingos de Morais com a rua Sena Madureira. A eliminação de ambos os gargalos se daria por meio de um viaduto e de um túnel, respectivamente. Mas a lista também prevê a reforma de calçadões no centro e de um total de 125 pontes e viadutos.

Se for de fato executado, o pacote tende a favorecer especialmente a zona sul de São Paulo — não por acaso, o reduto eleitoral de Nunes e do presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União Brasil), uma espécie de fiador da atual gestão.

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O prefeito nega qualquer interesse eleitoral em iniciar as obras no terceiro ano de mandato. “Essas são demandas antigas da cidade. Precisamos dar fluidez ao trânsito e com investimento prioritário em transporte público”, afirmou.

A extensão da marginal Pinheiros, por exemplo, é uma promessa antiga para os mais de 2,3 milhões de moradores das subprefeituras de Campo Limpo, Capela do Socorro, Cidade Ademar, M’Boi Mirim e Parelheiros, já no extremo da zona sul. No caminho, a prefeitura ainda projeta a duplicação de 825 metros da avenida Senador Teotônio Vilela.

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Conforme a previsão da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras obtida pelo Estadão, 12 dos 20 projetos terão seu edital lançado até o fim do ano. O conjunto contém BRTs (corredor de ônibus rápido) da Radial Leste e da avenida Aricanduva, ambos na zona leste, e o prometido túnel na avenida Chucri Zaidan, na zona sul. Juntos, eles devem custar R$ 1,7 bilhão.

Se o cronograma for cumprido, a maioria das obras poderá ser entregue a tempo das próximas eleições municipais, quando Nunes tentará um novo mandato, com o apoio dos partidos que hoje lhe dão sustentação, como o Republicanos, do governador eleito Tarcísio de Freitas.

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Considerado um dos políticos mais influentes da cidade, Milton Leite disse que o apoio dado por ele e por Nunes ao então candidato Tarcísio, no segundo turno da eleição estadual, seguiu uma “lógica política” que já vislumbrava a disputa pela prefeitura em 2024.

O parlamentar afirmou que a centro-direita estará unida contra a esquerda, que deverá ser representada pelo deputado federal eleito Guilherme Boulos (Psol).

Até lá, no entanto, Nunes terá sua capacidade de realização posta à prova. Com uma reserva financeira recorde — o caixa atual é de R$ 32,6 bilhões, dos quais R$ 19,8 bilhões são recursos livres do Tesouro Municipal e R$ 12,8 bilhões, vinculados a investimentos —, o vice que virou prefeito precisará não apenas lançar mas concluir seus projetos.

“Não estamos aqui gerando caixa por vontade própria. Existe, atualmente, um descompasso entre as necessidades da cidade e as ações do TCM [Tribunal de Contas do Município]. Só o edital que lançamos para a compra de 45 mil imóveis está parado desde julho e com dinheiro reservado de R$ 8 bilhões para sua execução”, disse o prefeito.

Projeto urbanístico na zona sul pode render R$ 8 bi à capital paulista

O pacote de obras previsto pela prefeitura tem como base fiscal, além do caixa de R$ 32,6 bilhões, uma previsão otimista de arrecadação para os próximos anos no mercado imobiliário. Com possibilidade de ser votado ainda neste ano na Câmara Municipal, só o PIU (Projeto de Intervenção Urbana) Arco Jurubatuba deve render ao menos R$ 8 bilhões com a venda de títulos imobiliários.

A proposta, que já foi aprovada em primeira votação, prevê a requalificação de uma área de aproximadamente 20 milhões de metros quadrados, que vai da Vila Andrade à região do autódromo de Interlagos, na zona sul. É quase o mesmo trecho que receberá as obras de ampliação da marginal Pinheiros.

Segundo o secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras, Marcos Monteiro, a intenção é construir mais 8,2 quilômetros de pistas entre as pontes João Dias e Vitorino Goulart. Orçada inicialmente em R$ 850 milhões, a obra abrange áreas públicas, o que evita a necessidade de desapropriações.

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