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Vereadores de SP querem nova taxa para Uber, 99, iFood e Rappi

Ideia original era que valor fosse de R$ 2 por embarque, mas após negociação optou-se por deixar para Prefeitura fixar valores

São Paulo|

Entregadores de app esperam os pedidos na Avenida Paulista
Entregadores de app esperam os pedidos na Avenida Paulista Entregadores de app esperam os pedidos na Avenida Paulista

Os vereadores de São Paulo devem votar nesta sexta-feira (16) um projeto de lei que permite à Prefeitura cobrar novas taxas aos usuários para o uso de aplicativos de Transporte, como Uber e 99, e de entregas, como iFood e Rappi, entre outros. A ideia original era que esse valor fosse de R$ 2 por embarque, mas após negociação optou-se por deixar para a Prefeitura a fixação de valores.

A medida vem na forma de emenda a um projeto de lei que debate outro assunto, a liberação para a Prefeitura contratar um empréstimo de R$ 6 bilhões para investimentos, proposto pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). A inclusão, pelo Legislativo, de item sem relação com o projeto original é uma manobra conhecida no Legislativo como Jabuti.

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Se o texto for aprovado, a Prefeitura poderá estipular taxas para as viagens realizadas dentro da cidade e por quilômetro rodado no município, a critérios definidos por ela, que deverá "considerar o impacto urbano e financeiro diferenciado do uso do vário por cada atividade", diz o texto do projeto.

A proposta vem sendo descrita como uma forma de atingir as empresas do setor, que têm planos de mudanças para cidades vizinhas, o que pode determinar perda de receitas de Imposto Sobre Serviço (ISS) - uma delas já saiu de São Paulo e mudou-se para a vizinha Osasco.

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Mas, no caso das empresas de transporte, a medida também atende ao lobby de empresas de ônibus e de grupos de taxistas, que vêm sofrendo pressões com os custos dos combustíveis sem poder repassar, por ora, os custos para as tarifas. Nos aplicativos, esse aumento de custos, até o momento, está sendo absorvido pelos motoristas. Se a taxa for aprovada, o serviço nos apps poderiam ficar mais caros, o que melhoraria o cenário de competição para ônibus e táxis.

Os principais patrocinadores da proposta são os vereadores Adilson Amadeu (DEM), que tem nos taxistas sua principal base política, e em seu colega de partido Milton Leite, presidente da Câmara, cuja base inclui empresários de ônibus da zona sul.

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"As empresas estão indo para outros municípios", disse Amadeu. "Todo o dinheiro que entra para os cofres do município é bem-vindo", acrescentou. "A regulamentação a gente vai deixar para a Secretaria da Fazenda. Do jeito que está, hoje, estamos bancando os subsídios para as empresas de ônibus, porque os ônibus estão perdendo passageiros para os aplicativos.

A cobrança fixa de R$ 2 sofreu resistência de parlamentares de esquerda e de direita. "A bancada do Novo pediu mais detalhes sobre os empréstimos e não foi atendida. Além disso, ainda incluíram no substitutivo uma taxa para empresas de transporte de passageiros não sediadas em São Paulo, ou seja, algo que não tem nada a ver com o projeto original", disse Cris Monteiro (Novo). "Esse empréstimo é só um mecanismo para garantir um instrumento de reeleição do prefeito. Um empréstimo para a reeleição", afirmou, em discurso, Fernando Holiday, do mesmo partido.

Para tentar obstruir as votações, cinco outros projetos substitutivos, de autoria dos vereadores, foram apresentados na tarde desta sexta-feira, 16, para tentar atrasar a votação. Na pauta da Câmara, há outros projetos que a base de Nunes também tenta votar antes do recesso parlamentar, que começa na segunda-feira (19).

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