Câmeras de segurança flagraram o momento em que policiais militares abordaram o jovem Fabrício Nunes Chaves, de 22 anos. O rapaz, que participou da manifestação contra a Copa neste sábado (25), levou um tiro no peito e outro na virilha. Ele está internado na Santa Casa e de acordo com o boletim médico divulgado às 8h30 desta segunda-feira (27), o jovem continua na Unidade de Tratamento Intensivo em estado grave, porém estável.
De acordo com a Polícia Militar, dois homens em atitude suspeita foram abordados por policiais militares, e um deles fugiu correndo. Durante a fuga, segundo a corporação, Chaves teria tentado golpear dois policiais com um estilete e, ao continuar correndo, foi baleado pelos dois agentes. Segundo o boletim de ocorrência do caso, "os policiais encontraram um artefato explosivo feito em lata de cerveja" na mochila do rapaz.
A família, no entanto, discorda da versão da polícia. O irmão da vítima, Gabriel Nunes, confirmou que Chaves tinha o costume de participar de manifestações, mas negou que ele levasse explosivos. Segundo Nunes, o irmão usava o estilete para trabalhar. O jovem é estoquista em uma loja e usa o objeto para abrir caixas.
— Você acha que com um estilete você vai atacar um policial com uma arma?
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Além disso, Nunes revela que testemunhas ouviram os policiais ameaçando o irmão.
— Várias pessoas me contaram que ouviram os disparos e "mata, mata, mata" dos policiais.
Durante a noite deste domingo (26), manifestantes iniciaram uma vigília na porta do hospital em que Chaves está internado. O grupo ainda permanecia no local na manhã desta segunda-feira.
Protesto
Ao todo, 135 pessoas foram detidas na noite deste sábado (25) pela Polícia Militar, após as cenas de violência e vandalismo durante a manifestação contra a Copa do Mundo no Brasil. A maioria estaria envolvida com agressões a policiais e com o rastro do quebra-quebra ocorrido em várias ruas do centro de São Paulo.
Os detidos foram conduzidos para duas delegacias, 78º Distrito Policial, nos Jardins, e 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, onde foram ouvidos e, posteriormente, liberados. A polícia informou ainda que três agências bancárias e uma viatura da GCM (Guarda Civil Metropolitana) foram depredadas. Um fusca também foi incendiado, após tentar passar por cima de um colchão em chamas.
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