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Violência assusta frequentadores da Barra Funda, zona oeste de SP

Funcionários de empresas, comércios e órgãos públicos nas proximidades do Metrô relatam assaltos frequentes na região

São Paulo|Cesar Sacheto e Joyce Ribeiro, do R7


Pedestres circulam nas proximidades do terminal da Barra funda (SP)
Pedestres circulam nas proximidades do terminal da Barra funda (SP)

Circular pelas ruas da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, é motivo de preocupação dos trabalhadores das empresas, comércios ou órgãos públicos das imediações do terminal, que reúne estações de Metrô, trens e várias linhas de ônibus (municipais, intermunicipais e interestaduais). A principal razão para tal receio é a quantidade de assaltos na região.

Nas últimas duas semanas, ao menos quatro funcionários de uma grande empresa foram abordados por ladrões no deslocamento do trabalho. Celulares, relógios, correntes e outros pertences pessoais são os principais interesses dos criminosos.

As abordagens podem ocorrer em qualquer período do dia. Até mesmo em horários de grande circulação de pessoas. Conforme revelam as vítimas, que contaram as suas experiências, mas preferiram não se identificar, os ataques também são violentos.

"No dia 4 de fevereiro, às 11h45 passei pela rampa que dá acesso à rua da Várzea, caminhei durante 5 minutos e percebi que havia quatro homens me seguindo. Eu estava com a minha mochila, celular na cintura e o fone de ouvido por dentro da camiseta. Apertei o passo. Me abordaram dizendo para que eu desse tudo o que eu tinha. Um tirou o meu relógio, o outro, o celular e a mochila. Quando percebi que eles levariam tudo, comecei a gritar desesperadamente", contou uma das jovens.


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Segundo a vítima, os homens correram em direção à estação do Metrô. Porém, um ladrões desferiu socos e a jogou no chão para forçá-la a entregar os bens, em uma ação que lhe provocou um forte trauma.

"Ele me agrediu com socos no braço para que eu pudesse soltar o celular. Eu caí no chão com o impacto da agressão e ele correu. Havia pessoas na praça, na mesma calçada que eu, e ninguém me ajudou. Foi uma situação de pânico, da qual eu jamais imaginei, as imagens daquela cena vêm na minha mente a todo momento. Realmente foi uma situação muito constrangedora principalmente pela agressão que sofri", desabafou.


Outra vítima revelou ter sido assaltada por volta das 17h, também nesta semana, quando saía da empresa onde trabalha. Ela caminhava em direção ao Metrô, mas, próximo da entrada do terminal — onda há grande movimentação de pessoas —, foi abordada por seis criminosos.

A mulher contou que um funcionário da mesma empresa viu a bolsa caída no chão e recolheu, mas sem o restante dos pertences. Ela registrou B.O. (Boletim de Ocorrência) online, porque foram levados carteira, documentos e o celular. "Um deles [ladrões] estava armado. Fiquei sem nada, voltei [para a empresa] histérica. Foi um susto", relembrou.


Entretanto, o problema é antigo e não afeta somente as pessoas que trabalham nas empresas do entorno, frequentam estabelecimentos, apenas estão de passagem ou seguem para o terminal do Metrô. Os moradores das redondezas também sofrem ao caminharem pelas ruas compridas e mal iluminadas à noite que beiram a linha férrea, características que facilitam a fuga dos assaltantes. 

Combate ao crime

As Polícias Civil e Militar realizam ações planejadas e de patrulhamento para minimizar os crimes na Barra Funda, importante centro comercial e empresarial situado entre a zona oeste e a região central da capital paulista, onde também funcionam espaços culturais, shoppings e universidades.

Em nota, a Polícia Militar esclareceu que, nas últimas duas semanas, foi acionada para três chamados de roubos e uma tentativa de assalto na região da Barra Funda, onde ocorreram os casos revelados pela reportagem do R7. No total, sete infratores foram detidos.

A PM destacou que "está compromissada com a defesa do cidadão e com a manutenção dos direitos fundamentais, buscando sempre a excelência na prestação dos serviços de segurança pública".

O comando da corporação reforçou a importância de os cidadãos informarem qualquer atividade criminosa por meio do telefone de emergência 190 para auxiliar no trabalho policial.

Estatísticas

Apesar dos relatos chocantes de roubos ousados, praticados em plena luz do dia e diante de várias testemunhas, as estatísticas oficiais mostram que os índices criminais na área do 23º DP (Distrito Policial), que abrange o bairro da Barra Funda, caíram no ano passado.

De acordo com os dados divulgados pela SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo), baseados nos boletins de ocorrência registrados nesta delegacia, houve 1.651 roubos durante os 12 meses de 2020 na região, ante 2.075 no mesmo período de 2019 (queda de 20,4%). Já os furtos diminuíram de 7.924 casos, em 2019, para 4.628 no ano passado (-41,6%).

Praticamente todos os tipos de crime monitorados apresentaram redução no mesmo período aferido pelo recorte, com destaques para furto de veículos (- 32%) e roubo de veículos (-19%). Porém, o número de tentativas de homicídio saltou de dois para cinco.

Já as ocorrências de estupro caíram de 23 para nove, entre 2019 e 2020; homicídios dolosos baixaram de cinco para um. Não houve registro de latrocínios (roubo seguido de morte) nos últimos dois anos na área do 23º DP.

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