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Adolescentes deixam de se imunizar contra HPV e doses quase se perdem; vacina em escolas seria alternativa para reverter quadro

Ministério ampliou campanha para pessoas de até 26 anos para evitar desperdício

Saúde|Dinalva Fernandes, do R7

A campanha de vacinação contra HPV foi ampliada para pessoas de até 26 anos
A campanha de vacinação contra HPV foi ampliada para pessoas de até 26 anos A campanha de vacinação contra HPV foi ampliada para pessoas de até 26 anos

O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira (18) a ampliação da campanha de vacinação contra HPV para mulheres e homens com idades entre 15 e 26 anos para evitar o desperdício de doses da vacina. A ação, em caráter temporário, acontece apenas nos municípios em que há estoque de vacinas, com data de vencimento até o final de setembro deste ano, devido à baixa adesão do público-alvo da campanha (meninas de nove a 14 anos e meninos de 11 a 13 anos).

Segundo o vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e membro do CTAI (Comitê Técnico Assessor de Imunizações) do Ministério da Saúde, Renato Kfouri, a baixa adesão do não é um problema exclusivo do Brasil.

— A vacinação de adolescentes é um grande desafio no mundo todo. A gente tem muita dificuldade de vaciná-los porque eles precisam ser acompanhados dos pais e têm que ir aos postos de saúde, que não funcionam fora do horário comercial. Além disso, características próprias da adolescência aumentam a falta de motivação em se vacinar, já que eles se sentem menos vulneráveis e têm menos percepção das doenças.

Na opinião do especialista, para que a vacinação chegue ao adolescente o ideal é levar a vacina até ele como foi feito na primeira campanha contra HPV em 2014, que teve 100% de adesão. Na época, o público-alvo era apenas de meninas e foi vacinado dentro das escolas.

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— Os países que esperam que adolescente vá à unidade de saúde acabam tendo resultados semelhantes aos do Brasil, com 40%, 50% de adesão. Diferentemente de quando vacinamos os adolescentes na escola, onde eles veem os amigos tomando a vacina, com o consentimento dos pais, e se cria uma consciência coletiva.

A vacina de HPV protege contra várias doenças, como câncer de colo de útero e câncer de pênis
A vacina de HPV protege contra várias doenças, como câncer de colo de útero e câncer de pênis A vacina de HPV protege contra várias doenças, como câncer de colo de útero e câncer de pênis

Outro fator que atrapalha a imunização é a fragmentação das doses da vacina, diz Kfouri. Para a faixa etária de 15 a 26 anos, a orientação do Ministério da Saúde é o esquema vacinal com três doses, com intervalo de zero, dois e seis meses. As pessoas que tomarem a primeira dose neste período, excepcionalmente, terão as duas doses subsequentes garantidas no SUS (Sistema Único de Saúde).

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— Todo o calendário de vacinação que implica em mais de uma dose, como hepatite A, hepatite B, dengue e HPV, depende da conscientização do indivíduo em tomar as doses necessárias. A imunização só ocorre se a pessoa tomar o número correto de doses no tempo indicado.

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Kfouri afirma que a decisão do ministério em ampliar a campanha temporariamente foi bastante acertada, já que as doses não aplicadas seriam descartadas, sendo que ainda podem ajudar a prevenir uma série de doenças.

— A vacina HPV Quadrivalente protege contra quatro tipos de HPV, então o ideal é vacinar quem ainda não iniciou a vida sexual. Mesmo assim, quem já teve contato com três tipos de HPV ainda pode se prevenir contra um tipo. Estudos mostram que apenas 1% da população teve contato com os quatro tipos do vírus.

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De acordo com o ministério, a vacina HPV quadrivalente é segura, eficaz e é a principal forma de prevenção contra o aparecimento do câncer do colo de útero, quarta maior causa de morte entre as mulheres no Brasil. Nos homens, a vacina protege contra os cânceres de pênis, orofaringe e ânus. Além disso, ainda previne mais de 98% das verrugas genitais, doença estigmatizante e de difícil tratamento.

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