Uma das cepas do novo coronavírus mais comuns durante esta segunda onda da pandemia da covid-19 que está atingindo a Europa teria se originado a partir de uma mutação do genoma do vírus que ocorreu primeiro na Espanha, de onde ele teria se espalhado, segundo aponta um estudo divulgado nesta quinta-feira (29).
Análises realizadas pela Universidade de Basel, pela Escola Politécnica Federal de Zurique e pelo consórcio espanhol SeqCovid-Spain, liderado pelo Centro Superior de Pesquisas Científicas (CSIC), mostraram que o relaxamento das restrições a viagens durante o verão do hemisfério norte (entre junho e setembro), e o fato de a Espanha ser um importante destino turístico, facilitaram a expansão dessa variedade do vírus.
Leia também: Sobreviventes da covid-19 produzem anticorpos que atacam o corpo
Os pesquisadores batizaram a cepa de "20A.EU1", e identificaram sua presença em cerca de 80% das amostras analisadas vindas da Espanha, em 90% das do Reino Unido e em 30%-40% das da Suíça, informou a Universidade de Basel através de um comunicado.
Os cientistas também afirmam que o surgimento desta mutação na Espanha durante o verão, estaria ligado a um "evento de super propagação (quando uma única pessoas infecta muitas outras) entre trabalhadores agrícolas do nordeste do país".
Depois, a 20A.EU1 teria se espalhado pelo resto da Espanha e por mais uma dezena de países europeus, chegando a ser encontrada até mesmo em Hong Kong, na Ásia, e na Nova Zelândia, na Oceania.
No entanto, o estudo esclarece que não há indícios de que esta variedade do novo coronavírus seja mais perigosa ou se comporte de forma diferente das outras centenas de mutações identificadas até o momento.