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Cientistas americanos descobrem por que algumas pessoas não recuperam o olfato após a Covid

Estudo constatou que o coronavírus causa um processo inflamatório persistente nas células nervosas da região

Saúde|Do R7


Covid diminui número de células nervosas olfativas e prejudica o reconhecimento de cheiros
Covid diminui número de células nervosas olfativas e prejudica o reconhecimento de cheiros

Cientistas americanos descobriram que algumas pessoas não recuperam o olfato após terem sido infectadas pelo Sars-CoV-2 porque o vírus causa um ataque imunológico contínuo que reduz o número de células nervosas olfativas.

A descoberta, publicada esta quarta-feira (21) na revista Science Translational Medicine, explica, finalmente, como ocorre um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

O estudo também lança luz sobre as possíveis causas subjacentes de outros sintomas prolongados da Covid-19, como fadiga geral, falta de ar ou falta de concentração, que podem ser desencadeados por mecanismos biológicos semelhantes, segundo os pesquisadores.

"Um dos primeiros sintomas frequentemente associados à infecção por Covid-19 é a perda do olfato. Felizmente, muitas pessoas recuperam o olfato em uma ou duas semanas, mas outras não", diz Bradley Goldstein, principal autor do estudo e pesquisador de neurobiologia da Duke University (Carolina do Norte, Estados Unidos).

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"Queríamos entender melhor por que algumas pessoas têm perda persistente do olfato por meses ou anos após serem infectadas", explica ele.

Juntamente com cientistas de Harvard e da Universidade da Califórnia-San Diego, a equipe de Duke analisou amostras epiteliais olfativas coletadas de 24 biópsias, incluindo as de nove pacientes com perda persistente do olfato.

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A análise mostrou que há uma infiltração generalizada de células T envolvidas em uma resposta inflamatória no epitélio olfativo, o tecido do nariz que contém as células nervosas do olfato.

O processo inflamatório persistiu após a infecção, e o número de neurônios sensoriais olfativos foi reduzido, possivelmente devido ao dano causado no tecido delicado e sustentado pela inflamação persistente.

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Para Goldstein, "os resultados são incríveis. Quase parece algum tipo de processo autoimune no nariz".

Goldstein acredita que saber quais áreas estão danificadas e quais tipos de células estão envolvidas é a chave para começar a projetar tratamentos.

Além disso, a equipe acha encorajador que os neurônios pareçam reter alguma capacidade de reparo mesmo após o ataque imunológico.

"Temos esperança de que a modulação da resposta imune anormal ou dos processos de reparo no nariz desses pacientes possa ajudar a restaurar, pelo menos em parte, o sentido do olfato", diz ele.

Em sua opinião, os resultados desse estudo também podem ser úteis para novas pesquisas sobre outros sintomas duradouros da Covid-19, que podem ser causados ​​por processos inflamatórios semelhantes.

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