Criança de 2 anos passa por cirurgia e tem dedo indicador transformado em polegar no RS
Menina nasceu com 4 dedos e a falta do polegar pode comprometer 70% da função da mão
Saúde|Do R7
![Acima, a mão da criança antes e após a operação de transformação do indicador em polegar](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/XRVMTWEEIJP7VPGRTTBLJ2ZKFQ.jpg?auth=61fe5c7a3a3f5669fbf88c702283c3b3ff5f696c50e55eaabc28dec7e1963440&width=780&height=340)
Uma criança de dois anos passou por uma cirurgia muito rara em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e teve o dedo indicador transformado em polegar no último dia 21.
A menina, que não teve o nome divulgado, nasceu com apenas quatro dedos na mão direita e a falta do polegar poderia comprometer 70% das funções da mão.
O procedimento, realizado pelo cirurgião Paulo Henrique Ruschel no Hospital Moinhos de Vento, é chamado de policização. Ele consiste em levar o indicador para o novo local. Neste caso, o dedo ficará com o visual e a funcionalidade de um polegar.
— Mudam-se várias estruturas para se manter a função de pinça. Sem ela, a mão perde 70% de sua função.
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Segundo nota divulgada pelo hospital, foram feitas alterações nas estruturas óssea, muscular e dos tendões por meio de microcirurgia.
Na operação, que durou três horas, a primeira etapa consistiu em manter a circulação e a inervação. Depois foi feita a pronação, que é deixar o novo polegar de frente para os demais dedos. Esse reposicionamento é importante para a mão conseguir segurar objetos, fazendo o movimento de pinça.
O procedimento é realizado aos dois anos de idade por dois motivos, basicamente: as estruturas da mão estão maiores e porque o cérebro ainda não tem todos os registros do polegar, ficando receptivo à alteração.
A mão ficará com quatro dedos, mas manterá grande parte das funções, permitindo diferentes atividades como escrever.
Concluída a cirurgia, a criança teve alta no dia seguinte. Agora terá de ficar com a mão imobilizada por quatro semanas e, depois, fazer fisioterapia durante três meses.
Conforme o chefe do Serviço de Pediatria do Hospital Moinhos de Vento, intensivista pediátrico João Ronaldo Krauzer, esse não é um procedimento frequente na instituição porque a agenesia de polegar é uma patologia genética considerada rara.
— Mas o hospital está preparado para uma complexidade muito além da habitual.