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O que vem antes: vacina da dengue ou da covid-19?

O Instituto Butantan desenvolve vacina contra a dengue desde 2009; em junho deste ano fechou acordo para a produção e testes da Coronavac

Saúde|Brenda Marques, do R7

Butantan pesquisa vacina da dengue há 11 anos
Butantan pesquisa vacina da dengue há 11 anos Butantan pesquisa vacina da dengue há 11 anos

O Instituto Butantan, referência na produção de imunobiológicos no Brasil, desenvolve uma vacina contra a dengue desde 2009, quando obteve licença para pesquisar os quatro tipos de vírus que causam a doença transmitida pelo Aedes Aegypti.

O imunizante, chamado "Butantan-DV", é composto por versões atenuadas de cepas dos vírus da dengue adquiridas dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), que realiza pesquisas na área e trabalhou em parceria com o Butantan.

Uma versão atenuada de um vírus é aquela que foi enfraquecida a ponto de não provocare a doença mas, ainda assim, ser capaz de gerar uma resposta imune do organismo. Uma única dose da vacina deve ser capaz de proteger contra os 4 tipos de vírus que causam a dengue.

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Em junho deste ano, a instituição também fechou parceria com a empresa chinesa Sinovac Biotech para a produção e testes da vacina Coronavac contra a covid-19. 

A Coronavac, por sua vez, é feita com o novo coronavírus inativado, isto é, morto a partir de processos físicos e químicos. Assim, o vírus não consegue se replicar, mas também faz com que o sistema imunológico reaja. Cada pessoa recebe duas doses.

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Vacinas estão na última fase de testes

Ambas as vacinas estão na fase 3, a última de testes em humanos antes de uma possível aprovação por órgãos reguladores.

Essa etapa começou em 2016 para a vacina da dengue. Ela envolve, no total, 17 mil voluntários de três faixais etárias: 2 a 6, 7 a 17 e 18 a 59 anos. Todos eles ujá foram recrutados e vacinados, de acordo com o Butantan.

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Eles são monitorados durante cinco anos pelos 16 centros de pesquisa que participam dos estudos em todas as regiões do Brasil. Por isso, em tese, os resultados com os primeiros participantes que foram vacinados estariam disponíveis em 2021. Mas o Butantan informou ao R7 que eles podem sair "a qualquer momento", mesmo antes desse período.

Ainda de acordo com o instituto, a vacina se mostrou segura até o momento. "Para a demonstração da eficácia da vacina é necessário que os vírus da dengue estejam presentes nas regiões onde a pesquisa está sendo realizada. Desta forma, os voluntários estarão expostos naturalmente aos vírus possibilitando a demonstração da sua proteção", afirma o Butantan, por meio de nota.

"O recente aumento do número de casos da dengue no país deve contribuir para a demonstração da eficácia da vacina", acrescenta.

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Os testes com a Coronavac começaram no dia 21 de julho no Brasil e abrangem 9 mil voluntários recrutados em um dos 12 centros de pesquisa localizados em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

A análise da eficácia da vacina deve começar no dia 15 de outubro, de acordo com Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan. A expectativa é que 100 milhões de doses do imunizante estejam disponíveis até maio de 2021.

No entanto, como acontece com todas as vacinas, elas só poderão ser submetidas à aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) após o encerramento, com a obteção de todos os resultados, da fase 3.

Proteção para quem já teve dengue

O Brasil tem apenas uma vacina contra a dengue aprovada pela agência em dezembro de 2015. A Dengvaxia é produzida e comercializada pela farmacêutica francesa Sanofi Pasteur e não está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde).

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Além disso, ela só pode ser aplicada em pessoas que já tiveram dengue a partir dos 9 até os 45 anos de idade. A restrição foi imposta porque quem nunca entrou em contato com o vírus e toma a vacina pode desenvolver formas mais graves da doença caso seja infectado.

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