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Programa da OMS vai comprar antivirais para combater a Covid-19

A organização quer garantir que os países mais pobres tenham acesso justo a vacinas, testes e tratamentos contra a doença

Saúde|da Agência Brasil

Logo da OMS no prédio da sede em Genebra, na Suíça
Logo da OMS no prédio da sede em Genebra, na Suíça Logo da OMS no prédio da sede em Genebra, na Suíça

Programa liderado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) vai permitir que os países mais pobres tenham acesso justo a vacinas, testes e tratamentos contra a Covid-19.

O objetivo é garantir o fornecimento de medicamentos antivirais a pacientes com sintomas leves por US$ 10, aproximadamente R$ 55,60. 

Segundo a Reuters, que teve acesso a um rascunho do documento, é provável que o comprimido experimental Molnupiravir, da Merck & Co., seja um dos medicamentos usados. Outros remédios também estão sendo desenvolvidos para tratar doentes com sintomas leves.

O documento, que traça as metas do Acelerador de Ferramentas de Acesso à Covid-19 (ACT-A) até setembro de 2022, revela que o programa quer entregar cerca de 1 bilhão de testes de Covid-19 às nações mais pobres e adquirir medicamentos para tratar até 120 milhões de pessoas em todo o mundo, dos cerca de 200 milhões de novos casos estimados para os próximos 12 meses.

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Os planos revelam que a OMS quer reforçar o financiamento de medicamentos e testes a um preço relativamente baixo, depois de perder a corrida das vacinas para os países mais ricos, que ficaram com grande parte dos suprimentos mundiais, deixando as nações mais pobres com um número muito reduzido de vacinas.

Um porta-voz do ACT-A afirmou que o documento, datado de 13 de outubro, ainda é um rascunho e se recusou a comentar seu conteúdo antes de estar finalizado.

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O documento também será enviado aos líderes mundiais antes de ser debatido numa reunião do G20, no fim deste mês. O ACT-A pede ao G20 financiamento adicional de US$ 522,8 bilhões e a outros doadores financiamento adicional de US$ 22,8 bilhões até setembro de 2022, que será necessário para comprar e distribuir vacinas, medicamentos e testes aos países mais pobres, de forma a reduzir a diferença em relação aos mais ricos.

Os doadores já prometeram US$ 15,5 bilhões para o programa.

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Os pedidos de financiamento são baseados em estimativas detalhadas sobre o preço dos documentos, tratamentos e exames, que vão representar as maiores despesas do programa juntamente com o custo da distribuição das vacinas. Apesar de não citar diretamente o Molnupiravir, o documento do ACT-A prevê pagar US$ 10 por “novos antivirais orais destinados a pacientes com sintomas leves e moderados”.

Outros comprimidos para tratar pacientes com sintomas leves estão sendo desenvolvidos, mas o Molnupiravir é o único que mostrou resultados positivos nas fases finais de testes. O ACT-A está em negociações com a Merck & Co. e com produtores de genéricos para comprar o medicamento.

No entanto, um estudo da Universidade Harvard estimou que o Molnupiravir poderá custar cerca de US$ 20 se for produzido por farmacêuticas genéricas, com o preço caindo para US$ 7,7 em produção otimizada.

A Merck & Co. tem acordos de licenciamento com oito fabricantes indianos de medicamentos genéricos.

A meta do ACT-A é chegar a um acordo até o fim de novembro para garantir o fornecimento de “um medicamento oral em ambulatório” que esteja disponível a partir do primeiro trimestre de 2022.

A verba arrecadada seria usada inicialmente para “apoiar a aquisição de 28 milhões de comprimidos para tratamento de pacientes com sintomas ligeiros e moderados nos próximos 12 meses, dependendo da disponibilidade do produto e da orientação clínica”.

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O ACT-A pretende também abordar as necessidades médicas de oxigênio essencial para 6 milhões a 8 milhões de doentes graves e críticos até setembro de 2022. O programa prevê ainda forte investimento em testes de diagnóstico da Covid-19, para duplicar o número de testes realizados em países mais pobres.

Dos US$ 22,8 bilhões que o ACT-A espera arrecadar nos próximos 12 meses, cerca de um terço, a maior parcela, será gasto em diagnóstico.

Atualmente, os países mais pobres realizam, em média, cerca de 50 testes por 100 mil pessoas diariamente, contra 750 nos países mais ricos.

O ACT-A quer distribuir um mínimo de 100 testes por 100 mil habitantes nas nações mais pobres.

O reforço da testagem também poderá ajudar a detectar possíveis novas variantes, que tendem a se propagar quando as infecções se alastram e, portanto, são mais prováveis em países com baixas taxas de vacinação. Isso significa entregar, nos próximos 12 meses, cerca de 101 vezes mais do que o ACT-A comprou até agora.

A maior parte seriam testes rápidos de antígeno a um preço de cerca de US$ 3; apenas 15% seriam gastos em testes moleculares, que são mais precisos, mas cujos resultados demoram mais tempo e têm um custo de cerca de US$ 17.

O objetivo dos testes é reduzir a diferença entre ricos e pobres, já que apenas 0,4% dos cerca de 3 bilhões de testes realizados em todo o mundo foram feitos em países pobres.

O documento destaca que “o acesso à vacina é altamente inequitativo, com a cobertura variando de 1% a mais de 70%, dependendo do grau de riqueza do país”.

O programa visa a vacinar pelo menos 70% da população elegível em todos os países até meados do próximo ano, em linha com as metas da OMS.

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