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Saiba como evitar doenças que podem ser contraídas após contato com água de enchente

A leptospirose pode ser adquirida mesmo sem que haja ferimentos na pele; os sintomas incluem febre e dores de cabeça e musculares

Saúde|Do R7


Sintomas da leptospirose aparecem de três a 14 dias após contato com água contaminada
Sintomas da leptospirose aparecem de três a 14 dias após contato com água contaminada

O verão é a época em que diversas regiões do Brasil registram temporais de forte intensidade, com alagamentos e inundações frequentes em centros urbanos. Inevitavelmente, muitas pessoas acabam expostas a essa água suja, o que pode causar uma série de doenças. 

A leptospirose é a que mais assusta quem teve contato com água de enchente. Ela é causada pela bactéria leptospira, que está presente na urina de ratos e outros animais. Um alagamento, por exemplo, é capaz de espalhar esses micróbios das secreções dos animais para uma grande área. 

A leptospira consegue entrar no organismo através da pele, mesmo sadia. 

"Não precisa que você tenha nenhum ferimento. E quanto mais tempo, mais água e quanto mais vezes você se expuser [à água suja], maior a chance de você pegar", explica o médico infectologista João Prats, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. 

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Muita gente pode não perceber que está com leptospirose. Os primeiros sintomas surgem entre três e 14 dias da infecção e incluem febre, dor de cabeça e dores musculares (principalmente nas panturrilhas e nas costas). A maioria das pessoas se recupera bem em uma semana.

No entanto, há casos em que a leptospirose pode evoluir para a chamada fase imune, em que os sintomas reaparecem.

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Segundo o "Manual Merck de diagnóstico e tratamento", os sintomas "resultam de inflamação causada pelo sistema imunológico à medida que elimina a bactéria do corpo. A febre retorna e os tecidos que recobrem o cérebro e a medula espinhal (meninges) podem ficar inflamados. Essa inflamação (meningite) causa rigidez no pescoço e dor de cabeça".

É nessa fase que também pode haver a síndrome de Weil, em que a pele e os olhos ficam amarelados, devido ao dano no fígado. Também há risco de problemas renais e pulmonares. Complicações desse tipo não são frequentes, afirma o médico.

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Prats dá dicas a quem teve que se expor à água de alagamentos.

"Chegue em casa e tome um bom banho, limpe-se muito bem e coloque a roupa para lavar."

Ele também ressalta que o uso de calçados ajuda a minimizar o risco de contaminação quando a pessoa é obrigada a pisar na água.

Ingerir alimentos contaminados

A via oral é outra forma de contaminação em casos de enchente, seja pelas mãos sujas levadas à boca, seja até mesmo pelo consumo de alimentos que estiveram em contato com a água, de acordo com o médico.

"Dentre esses coliformes fecais, a bactéria tipo E. coli é a mais comum que causa doenças. Você pode pegar uma que cause apenas uma diarreia ou uma mais invasiva."

Casos mais graves de infecções por coliformes fecais podem evoluir para sepse, afirma o infectologista.

A hepatite A é outra doença que pode ser contraída após o contato com água de inundações.

Esse vírus é transmitido por meio fecal-oral — exposição a fezes humanas, muito comum quando há esgoto em meio à enchente.

"Algumas pessoas já têm anticorpos contra hepatite A por terem sido expostas antes; outras, não", afirma Prats.

Os sintomas da doença incluem perda de apetite, mal-estar, vômito, dor na região abdominal, urina escura e pele e olhos amarelados (70% dos casos). A recuperação pode levar alguns meses.

A recomendação do médico é não consumir nenhum tipo de alimento nem usar utensílios que tenham entrado em contato com água de enchente. "Esse vírus fica no ambiente por um tempo razoável."

*Reportagem publicada originalmente em 11/02/2020 e atualizada em 01/03/2023

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