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Vírus da poliomielite é encontrado nas fezes de um menino de 3 anos no Pará

Ministério da Saúde e secretaria do Pará investigam o caso, e a suspeita é que o vírus seja resultado de um esquema vacinal aplicado incorretamente

Saúde|Do R7


Vacina via oral é produzida com o vírus atenuado, que não causa a doença
Vacina via oral é produzida com o vírus atenuado, que não causa a doença

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou nesta quinta-feira (6) que investiga a circulação do vírus da poliomielite no estado, após ter sido detectada a presença de poliovírus nas fezes de um menino de 3 anos que mora na cidade de Santo Antônio do Tauá, localizada no nordeste do estado. 

O Ministério da Saúde foi notificado, e existe a suspeita de que o vírus encontrado seja o patógeno atenuado presente nas vacinas contra a paralisia infantil VOP (vacina oral poliomielite), uma vez que no exame não foi detectado o vírus selvagem da poliomielite, que foi erradicado do Brasil em 1989.

Em nota, a assessoria de imprensa da pasta informou: 

"O Ministério da Saúde informa que não há registro de circulação viral da poliomielite no Brasil.

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A pasta enviou equipe ao estado do Pará nesta quinta-feira (6) para investigar um caso de paralisia flácida aguda. De acordo com informações enviadas pela secretaria estadual de saúde, o caso pode estar relacionado a um evento adverso ocasionado por vacinação inadequada. É importante ressaltar que não se trata de poliomielite."

A assessoria de imprensa da Sespa mandou a seguinte nota:

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"A Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa) informa que não há registro de circulação do vírus causador da poliomielite no Pará. A Secretaria investiga um caso de paralisia flácida aguda que pode estar relacionada a um evento adverso ocasionado por vacinação inadequada e incompleta em uma criança de 3 anos, de Santo Antônio do Tauá, nordeste paraense. Outros diagnósticos seguem em investigação e a criança recebe toda a assistência.

A Sespa ressalta que o caso não altera o cenário epidemiológico anterior e o Brasil segue com a certificação de erradicação da doença e destaca a importância de manter o calendário vacinal atualizado para a proteção contra a doença."

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O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde informou que outras hipóteses diagnósticas não foram descartadas, como síndrome de Guillain-Barré. 

A criança começou a apresentar os sintomas em 21 de agosto: febre, dores musculares, mialgia e um quadro de paralisia flácida aguda, um dos sintomas mais característicos da poliomielite. No dia 12 de setembro, perdeu a força nos membros inferiores e foi levada por sua responsável a uma UBS (Unidade Básica de Saúde).

A Sespa informou que presta toda a assistência ao paciente, que se recupera em casa, e que atua para a rápida investigação e esclarecimento do caso.

Poliomielite com o vírus atenuado

A poliomielite derivada da vacina é pouco comum em países que têm a doença erradicada — o Brasil recebeu a certificação da OPAS/OMS (Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial da Saúde) em 1994. Ela causa surtos em lugares que têm pequena cobertura vacinal, como aconteceu na Nigéria em 2021, quando foram detectados 415 casos da doença.

Esse tipo de paralisia infantil acontece depois que as crianças são vacinadas com a vacina oral, que tem vírus vivo enfraquecido, pois elas ainda eliminam os patógenos pelas fezes por algumas semanas.

Em comunidades pouco vacinadas, esse vírus pode se espalhar e sofrer mutação, voltando a uma versão prejudicial.

De acordo com o vacinômetro do DataSUS, a cobertura vacinal do Brasil, atualmente, é de 61,90% — mas o recomendado é que esse número seja acima de 90%.

Como é o esquema vacinal contra a poliomielite?

O PNI (Programa Nacional de Imunizações) ressalta que a imunização das crianças deve ser por meio de três doses da VIP (vacina inativada contra poliomielite), aos 2, 4 e 6 meses de vida. Aos 15 meses e aos 4 anos, todas devem receber o reforço com o imunizante da gotinha, via oral, que contém o vírus atenuado da doença. 

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