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ONU aprova resolução para regular o uso da inteligência artificial

Texto aprovado por unanimidade ressalta que ninguém deve usar a IA para prejudicar a paz ou reprimir direitos humanos

Tecnologia e Ciência|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília

ONU aprovou resolução sobre uso da inteligência artificial
ONU aprovou resolução sobre uso da inteligência artificial ONU aprovou resolução sobre uso da inteligência artificial (Reprodução / RECORD)

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou na quinta-feira (21), por consenso de todos os 193 Estados membros uma resolução proposta pelos Estados Unidos sobre a governança da IA (inteligência artificial)

A resolução afirma que é preciso fechar a lacuna digital entre nações, e dentro delas, para que todos se beneficiem da nova tecnologia. O texto ressalta que ninguém deve usar a IA para prejudicar a paz ou reprimir direitos humanos.

Segundo a representante permanente dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, a decisão representa a “escolha de governar a inteligência artificial em vez de deixá-la nos governar”. Linda afirmou que a resolução reconhece que os riscos e benefícios da IA tem o potencial de afetar a todos e por isso estabelece responsabilidade compartilhadas na criação de bases para que os sistemas de IA “não deixem ninguém para trás”.

O documento destaca que os "direitos humanos e as liberdades fundamentais devem ser respeitados, protegidos e promovidos ao longo de todo o ciclo de vida dos sistemas de inteligência artificial". Ainda de acordo com a resolução, todos os Estados membros devem se abster ou a cessar a utilização de sistemas de inteligência artificial que sejam impossíveis de controlar. Os sistemas de IA devem "operar em conformidade com o direito internacional em matéria de direitos humanos". O texto afirma ainda que que os mesmos direitos que as pessoas têm offline também devem ser protegidos online, inclusive durante todo o ciclo de vida de sistemas de inteligência artificial. 

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Secretário-geral da ONU alertou dos perigos da IA

Em julho de 2023, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou dos riscos que a IA traz para a paz e a segurança do mundo e pediu uma ação urgente contra essa tecnologia "sem precedentes". "É evidente que a IA terá um impacto em todos os aspectos da nossa vida", em especial a inteligência artificial generativa, criadora de imagens e textos, declarou Guterres na primeira reunião em que o Conselho de Segurança abordou o tema.

Guterres pediu para que seja estabelecido até o fim de 2026 um instrumento vinculativo que proíba "sistemas autônomos de armas letais", capazes de funcionar sem supervisão humana, e que as pessoas que controlam as armas nucleares "nunca sejam removidas".

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Inteligência artificial nas eleições

Em fevereiro deste ano, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou resoluções e normas para orientar partidos políticos, coligações e federações partidárias, candidatos e eleitores sobre o que será permitido e o que será vedado durante as eleições municipais deste ano.

Entre as propostas analisadas, a corte eleitoral validou a regulação do uso da inteligência artificial com a restrição à utilizaçao de chatbots para intermediar a comunicação da campanha e a vedação absoluta de uso de deep fake. Segundo o tribunal, a inteligência artificial só pode ser usada em campanhas com um aviso.

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Além disso, o TSE decidiu pela regulação dos provedores, como a adoção e publicização de medidas para impedir ou diminuir a circulação de fatos inverídicos ou gravemente descontextualizados que atinjam a integridade do processo eleitoral.

Para o tribunal, deve haver a responsabilidade dos provedores que não promoverem a indisponibilização imediata de conteúdos e contas, durante o período eleitoral, em casos de risco, como condutas, informações e atos antidemocráticos e discurso de ódio.

O R7 apurou que essa decisão é inédita, uma das normatizações mais avançadas do mundo na questão do combate à desinformação, fake news e uso ilícito da inteligencia artificial, inclusive com cassação do registro e do mandato.

Os ministros analisaram 12 sugestões de resolução sobre a regulamentação para temas como propaganda eleitoral, preparação para a votação, uso de recursos do fundo eleitoral, prestação de contas dos candidatos e fiscalização destes recursos.

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