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Comissão aprova anistia a policiais envolvidos no massacre do Carandiru

Projeto segue para CCJ da Câmara; no total, 74 agentes foram condenados pela morte de 111 detentos em outubro de 1992

Brasília|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

Manifestação lembra massacre do Carandiru, ocorrido em outubro de 1992
Manifestação lembra massacre do Carandiru, ocorrido em outubro de 1992 Manifestação lembra massacre do Carandiru, ocorrido em outubro de 1992

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (2) um projeto de lei que concede anistia aos 74 policiais militares que atuaram no massacre do Carandiru, em outubro de 1992. A tragédia resultou na morte de 111 detentos.

De autoria do deputado Capitão Augusto (PL-SP), a proposta foi relatada pelo deputado Sargento Fahur (PSD-PR), que deu parecer favorável ao projeto. O texto agora segue para votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, antes de ir ao plenário.

Na justificativa, o autor do projeto afirmou que, mesmo após quase 30 anos, os agentes ainda sofrem “perseguição política e ideológica e enfrentam condenações sem a observância mínima das garantias constitucionais”.

A anistia abrange os crimes previstos no Código Penal, nas leis penais especiais e no Código Penal Militar, bem como as infrações disciplinares conexas.

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O relator da proposta afirmou que os agentes foram “verdadeiros heróis” e deveriam ser condecorados pela “bravura que exige coragem que vai além dos riscos comuns da profissão”. Segundo ele, “a operação foi legítima e necessária para restabelecer a paz naquele ambiente evidentemente caótico e violento. Os policiais, antes de tudo, atuaram como instrumento do Estado”.

Ainda de acordo com Fahur, não é possível individualizar a conduta dos policiais ou determinar se houve excesso doloso ou culposo. Para ele, não há respaldo constitucional para as condenações sem a demonstração “de conduta individual certa e definida”.

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Massacre

O massacre na Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru, ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando agentes da Polícia Militar invadiram o complexo penitenciário para conter uma briga entre os detentos. Na época, os policiais afirmaram que atiraram nos presos para se defender e que cumpriam ordens superiores. Nenhum policial morreu na ação.

Os agentes foram condenados entre 2013 e 2014. No entanto, em 2016, o Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo anulou as condenações. Em 2021, as condenações foram restabelecidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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