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Oposição critica governo por focar uma única proposta de reforma tributária

Dos três principais projetos, secretário especial e aliados querem priorizar a PEC 45, que mira substituir cinco tributos por apenas um

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Congresso Nacional
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Os partidos de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) veem como equivocada a tentativa de o governo aprovar a reforma tributária por meio de apenas uma das propostas já em tramitação no Poder Legislativo. A intenção de Lula é concluir o texto até o fim deste ano.

As principais propostas de emenda à Constituição (PEC) — veja os detalhes mais abaixo — sobre o tema no Congresso Nacional são:

PEC 45/2019, na Câmara dos Deputados;

PEC 110/2019, no Senado; e

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PEC 46/2022, no Senado.

O governo tende a priorizar a PEC 45, cujo texto foi baseado em estudos feitos pelo novo secretário especial da Reforma Tributária, Bernard Appy. A PEC 46 foi apresentada pelo líder do Podemos no Senado, Oriovisto Guimarães, no fim do mês passado. Na opinião dele, as outras duas propostas são "muito ruins".

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"Discuto há dois anos a reforma e conheço bem as PECs 45 e 110. Digo com tranquilidade que as duas são péssimas. Elas não são capazes de esclarecer algumas coisas, como a abertura de fábricas e empresas de serviços. Elas oneram incrivelmente o setor de serviços, que é o que mais cria empregos", critica.

"O governo contratou o [Bernard] Appy para ser o homem que vai discutir a reforma e ele já fez opção por uma [das PECS, a 45], o que é um começo muito ruim. Essas duas estão aqui [no Congresso] há mais de dois anos e não foram aprovadas. Por que querem insistir? Estamos apresentando uma opção viável", questiona Oriovisto.

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Alternativa

A PEC apresentada pelo senador propõe uma legislação única para o ICMS e o ISS, sem alterar alíquotas. "Temos 27 legislações de impostos estaduais. Imagina a loucura para uma indústria que trabalha em todos os estados. O grande inferno tributário brasileiro é esse emaranhado. Estamos fazendo uma coisa simples e que todo mundo vai entender. Esperamos que seja levada em conta", defendeu o senador.

Oriovisto argumenta ainda que a simplificação de impostos federais pode ser feita pelo governo federal sem necessidade de tramitação no Legislativo, por meio de portarias do Ministério da Fazenda. "O planejamento tributário chega a interferir na produção da indústria brasileira. Isso é um absurdo e tem que acabar", conclui.

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O deputado federal Julio Cesar (Republicanos-DF) recomenda cautela na análise das propostas defendidas pelo governo e destaca a importância de priorizar a avaliação técnica dos projetos. Ele afirma, contudo, que a reforma tributária é uma pauta prioritária. "As mudanças no sistema tributário nacional já estão sendo discutidas desde 2019", relembra o deputado ao citar a importância de facilitar a forma de cálculo e reduzir a carga sobre o contribuinte.

"Independentemente do governo que está à frente do nosso país, precisamos pensar no melhor para a população. Não é de hoje que questionamos o nosso sistema tributário, mas vamos analisar com cautela no que for possível, com a orientação da nossa equipe técnica e do partido para podermos avançar cada vez mais. Vamos iniciar uma nova análise do tema conforme o que for apresentado pelo governo", afirma.

Apreciação

A reforma tributária vai começar a ser discutida primeiro pela Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), determinou nesta semana que Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Reginaldo Lopes (PT-MG) sejam, respectivamente, o relator e o coordenador do grupo de trabalho que vai discutir o tema na Câmara.

O deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Casa, afirmou na quarta-feira (8), após reunião de Lula com líderes de partidos, que a reforma tributária é prioridade máxima. "Vamos dar ênfase e construir uma agenda comum, porque é a questão central. O governo vai se envolver para discutirmos e apresentarmos uma proposta consistente. Temos pressa para acompanhar, mas o ritmo está bom", declarou.

Entenda

A PEC 110 dá fim a nove impostos e cria outros dois: um sobre bens e serviços, nos moldes dos tributos sobre valor agregado, e o outro específico para determinadas atividades.

A PEC 45 propõe a substituição de cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por um único imposto sobre bens e serviços. O imposto teria alíquota uniforme com tributação no destino, com exportações e investimentos totalmente desonerados.

A PEC 46 apresenta a simplificação da cobrança dos impostos sobre o consumo, unificando as leis estaduais, do Distrito Federal e municipais que regulam o ICMS e o ISS.

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