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R7 Brasília

Por falta de consenso, comissão adia votação de PEC que autoriza venda de plasma humano

Proposta de emenda à Constituição foi retirada da pauta da Comissão de Constituição e Justiça; tema é controverso

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília


Plasma é um componente do sangue
Plasma é um componente do sangue

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que permite a comercialização de plasma humano teve a discussão adiada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado nesta quarta-feira (30). Esta é a sexta vez que os senadores decidem postergar a análise do relatório da senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB) sobre o tema. Os parlamentares querem deixar o texto da PEC mais claro para evitar interpretações equivocadas a respeito da permissão de pagamento ao doador em troca da coleta de plasma.

O plasma é um dos componentes do sangue e corresponde à parte líquida que reúne os elementos celulares: hemácias, leucócitos e plaquetas. Atualmente, a Constituição proíbe todos os tipos de comercialização de órgãos, tecidos e substâncias humanas. A coleta e o processamento de materiais sanguíneos estão sob a responsabilidade da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás).

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O texto da PEC altera o parágrafo 4º do artigo 199 da Constituição, que dispõe sobre as condições e os requisitos para a coleta e o processamento de sangue, para permitir que isso seja feito pela iniciativa privada.

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Na reunião desta quarta-feira, a relatora apresentou um novo texto e anunciou a retirada da possibilidade de coleta remunerada de plasma. A senadora afirmou que tem buscado o diálogo na tentativa de chegar a um texto de consenso. Com isso, ela manteve no texto a permissão para a comercialização do plasma humano para uso laboratorial, desenvolvimento de novas tecnologias e produção de medicamentos hemoderivados.

O objetivo seria atender à demanda interna e reduzir a dependência externa do Brasil no setor de derivados de sangue. Segundo a senadora, o Brasil é 100% dependente da importação de medicamentos para atender aos pacientes com hemofilia e outras doenças relacionadas à coagulação sanguínea.


"Não há motivos para que o país não abra o mercado para a iniciativa privada, desde que o SUS seja preferencialmente o primeiro atendido, mas que as pessoas, cidadãos e cidadãs que hoje necessitam, e olha que eu recebi muitos, e não só muitos, mas representantes de associações que sofrem de doenças autoimunes e que precisam tanto [...] da albumina, da imunoglobulina, de todos esses derivados que venham atender. Se a preocupação aqui é saúde, são todos esses derivados que venham atender pessoas que sofrem dessas doenças", afirmou a senadora.

O líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), disse ter ido nesta semana ao gabinete da relatora acompanhado do senador Humberto Costa (PT-PE) — opositor da proposta —, em busca de um texto consensual. Segundo ele, é preciso mais tempo para construir a proposta.

O assunto também é polêmico entre entidades de saúde. Em abril, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) emitiu uma recomendação em que sugere ao Congresso Nacional a rejeição da proposta. No documento, a entidade se manifesta contrariamente à atividade privada na coleta e no processamento de plasma humano, repudiando também a mercantilização de sangue.

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