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Diretores de hospital no Paraná podem ser investigados

Médica Virgínia Soares de Souza é acusada de antecipar a morte de sete pacientes na UTI

Cidades|

Médica Virgínia Soares de Souza foi solta na última quarta-feira (20). Ela é acusada de antecipar morte de pacientes
Médica Virgínia Soares de Souza foi solta na última quarta-feira (20). Ela é acusada de antecipar morte de pacientes Médica Virgínia Soares de Souza foi solta na última quarta-feira (20). Ela é acusada de antecipar morte de pacientes (ANDRÉ RODRIGUES/ESTADÃO CONTEÚDO)

O Ministério Público do Paraná pediu novo inquérito policial para investigar se a antiga diretoria do Hospital Evangélico, em Curitiba, participou da morte de pacientes na UTI. A médica Virgínia Soares de Souza é acusada de antecipar a morte de sete pacientes quando dirigia a UTI, entre 2006 e este ano. Mais sete profissionais também são suspeitos de ajudar a médica. Todos os acusados negam as denúncias.

O MP-PR (Ministério Público do Paraná) entrou na segunda-feira (25) com um recurso contra a decisão da Justiça de revogar a prisão da ex-chefe da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Virgínia Helena Soares de Souza. A médica foi solta na última quarta-feira (20). O pedido não tem prazo para ser analisado pelo juiz.

Outros três médicos e uma enfermeira que faziam parte da equipe chefiada por Virgínia já haviam sido libertados no dia 15 deste mês.

Virgínia é acusada de ser a mandante das mortes de pacientes internados no setor. Outras sete pessoas também respondem pelos crimes. A Polícia Civil e a promotoria dizem que ela ordenava os subordinados a dar medicações e diminuir os aparelhos de respiração dos doentes. Os médicos Anderson de Freitas, Edson Anselmo da Silva e Maria Israela Bocato, além da enfermeira Laís da Rosa Groff são acusados de dois homicídios duplamente qualificados e formação de quadrilha. A denúncia também atinge a enfermeira Patrícia Cristina de Gouveia Ribeiro — acusada por homicídio duplamente qualificado e formação de quadrilha —, a fisioterapeuta Carmencita Emília Minozzo e o enfermeiro Claudinei Machado Nunes — acusados de formação de quadrilha. Eles não foram presos.

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Entenda o caso

As investigações começaram há um ano, após denúncias de funcionários do próprio hospital à ouvidoria do governo do Paraná. Virgínia foi indiciada pela polícia por homicídio qualificado, por não haver chance de defesa das vítimas.

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Gravações telefônicas feitas com autorização da Justiça mostraram conversas da médica com outros médicos e demais funcionários. A polícia entendeu, após ouvi-las, que Virgínia ordenava o desligamento de aparelhos de alguns doentes.

Virgínia trabalhava na unidade há 24 anos. Ela era casada com o chefe da UTI, Nelson Mozachi, e assumiu o cargo quando ele morreu, em 2006.

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Em nota divulgada no dia da prisão, o Hospital Universitário Evangélico disse que abriu sindicância interna para apurar os fatos, que reconhece a competência profissional de Virgínia e que “desconhece qualquer ato técnico dela que tenha ferido a ética médica”. Toda a equipe do setor foi trocada.

O CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná) manifestou preocupação com a "condenação pública" dos envolvidos sem que “sejam realmente avaliados e julgados por quem de direito”. Não há qualquer queixa dela no órgão. 

Por meio de carta, a médica se disse vítima de ex-funcionários. O filho dela, Leonardo Marcelino, e o advogado, Elias Mattar Assad, disseram que tudo "é um grande erro da polícia" e que as denúncias “são baseadas em depoimentos e não em provas”.

Apesar de estar na UTI do hospital desde 1998 e chefiar o setor há sete anos, Virgínia não era especialista na área. Segundo a polícia, quem assinava por ela como chefe da unidade era outro médico.

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