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Justiça concede liberdade à médica acusada de antecipar mortes no PR

Ela deixou presídio na tarde desta quarta-feira (20), em Curitiba

Cidades|Do R7, com Rede Record

Virgínia Helena (foto) deixou a cadeia acompanhada do advogado Elias Mattar Assad
Virgínia Helena (foto) deixou a cadeia acompanhada do advogado Elias Mattar Assad ANDRÉ RODRIGUES/ESTADÃO CONTEÚDO

A Justiça do Paraná aceitou o pedido de revogação da prisão da médica Virgínia Helena Soares de Souza, de 56 anos, acusada de antecipar as mortes de pacientes terminais internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) que ela chefiava, no Hospital Universitário Evangélico de Curitiba. Ela deixou o presídio na tarde desta quarta-feira (20).

A informação foi confirmada pelo delegado do Centro de Triagem I de Curitiba, Roberto Fernandes, e pelo advogado de defesa da médica, Elias Mattar Assad.

Virgínia foi presa no dia 19 de fevereiro após uma investigação policial que durou cerca de um ano. Segundo a polícia, ela ordenava o desligamento dos aparelhos de pacientes em estado terminal.

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Além de chefe de UTI, outras sete pessoas são denunciadas à Justiça por mortes em hospital

Os médicos Anderson de Freitas, Edson Anselmo da Silva e Maria Israela Bocato, além da enfermeira Laís da Rosa Groff, acusados de dois homicídios duplamente qualificados e formação de quadrilha, estavam presos e foram liberados na noite de sexta-feira (15).


A 2ª Vara do Tribunal do Júri em Curitiba acatou na sexta-feira a denúncia do Ministério Público do Paraná contra a médica e mais sete pessoas. Eles são acusados de homicídio qualificado e formação de quadrilha pela suspeita de terem matado sete pacientes na UTI entre 2006 e este ano. Todos negam a denúncia.

Entenda o caso


As investigações começaram há um ano, após denúncias de funcionários do próprio hospital à ouvidoria do governo do Paraná. Ela foi indiciada por homicídio qualificado, por não haver chance de defesa das vítimas.

Gravações telefônicas feitas com autorização da Justiça mostraram conversas da médica com outros médicos e demais funcionários. A polícia entendeu, após ouvi-las, que Virgínia ordenava o desligamento de aparelhos de alguns doentes.

Virgínia trabalhava na unidade há 24 anos. Ela era casada com o chefe da UTI, Nelson Mozachi, e assumiu o cargo quando ele morreu, em 2006.

Em nota divulgada no dia da prisão, o Hospital Universitário Evangélico disse que abriu sindicância interna para apurar os fatos, que reconhece a competência profissional de Virgínia e que “desconhece qualquer ato técnico dela que tenha ferido a ética médica”. Toda a equipe do setor foi trocada.

O CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná) manifestou preocupação com a “condenação pública” dos envolvidos sem que “sejam realmente avaliados e julgados por quem de direito”.

Por meio de carta, a médica se disse vítima de ex-funcionários. O filho dela, Leonardo Marcelino, e o advogado, Elias Mattar Assad, disseram que tudo “é um grande erro da polícia” e que as denúncias “são baseadas em depoimentos e não em provas”.

Apesar de estar na UTI do hospital desde 1998 e chefiar o setor há sete anos, Virgínia não era especialista na área. Segundo a polícia, quem assinava por ela como chefe da unidade era outro médico.

Assista ao vídeo: 

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