A Polícia Militar de Santa Catarina informou que investigações confirmaram que o incêndio que ocorreu na madrugada da última quarta-feira (20) em uma base da corporação no bairro Araucária, no município de Lages, foi um atentado. Quatro suspeitos de envolvimento foram presos. Com isso, o número de ataques no Estado sobe para 112, registrados em 37 cidades.
É investigada também a ligação de quatro incêndios que ocorreram desde a noite de quinta-feira (21) com a série de atos violentos que começaram em 30 de janeiro. As informações foram divulgadas em um boletim nesta sexta-feira (22). Três carros foram incendiados nos municípios de Rio do Sul, São José e Xanxerê. Um caminhão com câmera fria, estacionado no Bairro Santana, em Rio do Sul, também pegou fogo na noite de quinta-feira.
Para evitar a classificação equivocada das ocorrências, a corporação mudou os critérios para avaliar os episódios e, antes de informar que se trata de um atentado, o caso suspeito é analisado individualmente.
A polícia registrou ainda uma tentativa de incêndio em uma base da PM na Praia do Camacho, em Jaguaruna. Pouco antes da 1h de sexta-feira, um vizinho da unidade escutou um barulho e conseguiu apagar o fogo. A base está sendo utilizada somente em fins de semana e os policias locais acreditam ser ato de vandalismo.
Polícia de Santa Catarina muda critérios para classificar atentados
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O transporte público de Florianópolis começou a ser normalizado nesta quinta-feira (21), após 23 dias com restrições em algumas linhas e horários por causa da onda de ataques em Santa Catarina. As empresas de ônibus da região metropolitana também restabeleceram o serviço. A única exceção são as linhas que operam na madrugada, que continuam suspensas.
Entenda o caso
Santa Catarina vive a segunda onda de violência dos últimos meses. A primeira foi em novembro do ano passado. Os novos ataques começaram no dia 30 de janeiro. O Estado voltou a registrar ônibus, viaturas das polícias Militar e Civil, e veículos particulares incendiados. Bases da PM e delegacias também foram atacadas com tipos ou coquetéis molotovs.
O número de cidades em Santa Catarina que registraram ataques supostamente feitos por uma facção que atua no Estado já supera o verificado em 2012, ano em que a série de atentados começou.
As ocorrências foram registradas em 37 municípios: Florianópolis, Blumenau, Criciúma, Itajaí, Navegantes, Palhoça, Camboriú, São Francisco do Sul, Tubarão, Laguna, Araquari, Indaial, Brusque, São João Batista, Rio do Sul, São Miguel do Oeste, Içara, Joinville, Gaspar, São José, Ilhota, Balneário Camboriú, Jaraguá do Sul, Maracajá, Chapecó, Bom Retiro, Garuva, São Bento do Sul, Porto União, Imbituba, Guaramirim e Campos Novos, Balneário Rincão, Itapoá, Água Doce, Rio Negrinho e Lages.
O motivo teria relação com maus-tratos a detentos, assim como aconteceu em novembro. Um vídeo gravado em um presídio de Joinville mostrou presos sendo torturados por agentes penitenciários.