O MPF (Ministério Público Federal) no Ceará encaminhou nesta quarta-feira (19) ofício ao presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Francisco Soares, requisitando as providências que estão sendo tomadas para apurar a suposta violação do sigilo das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano.
No ofício, assinado pela procuradora da República Nilce Rodrigues, o MPF/CE requisita "menção expressa" do Inep sobre as providências adotadas internamente para "preservar a moralidade e o tratamento isonômico entre todos os alunos participantes do Enem de 2014". O documento foi enviado por Sedex e o Inep tem 24 horas, a contar do recebimento, para atender a solicitação. Ainda não foi divulgado pelo órgão o recebimento do documento.
Suposto vazamento
O ofício foi enviado como parte da investigação feita pelo Ministério Público com base em informações divulgadas pela imprensa sobre o suposto vazamento do tema da redação do exame. O MPF/CE instaurou procedimento para apurar as denúncias na última semana.
Segundo a assessoria do órgão, dois candidatos que disseram ter recebido mensagens adiantando o tema da redação já prestaram depoimento e mais um estudante deverá ser convocado.
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A denúncia foi feita por um estudante do Piauí que procurou a Polícia Federal e relatou ter recebido, pouco antes do exame, uma foto da página da prova onde está o tema da redação. Segundo o candidato, a foto foi enviada a um grupo por meio de aplicativo de celular.
Posteriormente, estudantes do Ceará alegaram também ter recebido a mensagem.
Em entrevista coletiva na semana passada, Francisco Soares descartou a possibilidade de o Enem ser cancelado.
Boatos
Ao longo do fim de semana de aplicação do Enem, nos últimos dias 8 e 9 de novembro, usuários de redes sociais postaram conteúdos que alegavam ser o vazamento do tema da redação do exame.
Em uma das postagens na internet, o tema da redação aparecia como sendo “Racismo no futebol – um bilhete para a ignorância”.
Em nota divulgada no Twitter na manhã do último domingo, o Inep disse que lamentava “mais uma vez as tentativas de gerar intranquilidade entre os participantes do exame em relação ao tema da redação”.
Durante a madrugada do sábado (8), imagens em vídeo de uma suposta prova em branco do Enem foram divulgadas em redes sociais. A veiculação do conteúdo teria começado por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp.
No mesmo dia, o MEC (Ministério da Educação) esclareceu, por meio de nota, que o conteúdo do vídeo era falso. Segundo o órgão, a Polícia Federal ficou responsável de apurar a origem das postagens e punir os autores.