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Mãe de estudante brasileira morta na Nicarágua: 'ela só queria voltar'

Segundo Maria José da Costa, a filha Raynéia contava os dias para terminar a residência em um hospital de Manágua e voltar ao Brasil

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Raynéia Lima temia a violência na Nicarágua
Raynéia Lima temia a violência na Nicarágua Raynéia Lima temia a violência na Nicarágua

Raynéia Gabrielle Lima, morta na última segunda-feira por paramilitares em Manágua, capital da Nicarágua, só queria concluir a residência e voltar o mais rápido possível para o Brasil. Segundo sua mãe, Maria José da Costa, não haveria nem festa de formatura, por causa da violência no país, que já dura mais de 100 dias.

"Ela estava com muito medo, só falava em voltar. Falava 'mãe, é tipo uma guerra aqui', mal saía de casa", conta a mãe.

Residente em um hospital na capital nicaraguense, Raynéia testemunhava a violência de perto. "Ela não foi a nenhum protesto, mas disse que atendia policiais baleados o tempo todo. Uma vez, fizeram um arrastão no hospital, roubaram os celulares e as carteiras de todos os médicos", relata.

Amor pelo país

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Maria José viu a filha pela última vez no fim de 2014. Depois, ficou muito caro para Raynéia pagar as passagens até o Brasil enquanto tinha de bancar livros e materiais de estudo, além do custo de vida em Manágua.

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"Ela só viria para o Brasil de vez, depois de formada. Minha filha tinha adotado a Nicarágua de verdade, amava lá, mas depois que começou a violência, ela me pediu até para não ir para a formatura, porque eles não iam fazer festa nenhuma. Ia terminar a residência e voltar, ia chegar entre maio e junho do ano que vem. Semana passada, ela pediu ajuda a uma amiga pra comprar a passagem de volta", disse.

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Espera pelo corpo

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Desde que recebeu a notícia da morte da única filha, Maria José passou a se preparar para o momento mais difícil de sua vida. Ela mora em Garanhuns, a 224 quilômetros de Recife. Enquanto o corpo de Raynéia estiver sendo transportado para o Brasil, a mãe irá para a capital de Pernambuco, onde o caixão vai chegar e a filha será enterrada.

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"O que eu vou fazer é esperar. Quando me ligarem pra avisar que o corpo está no avião, eu vou até Recife. Ela gostava muito da cidade e não podia deixar de fazer essa homenagem. Infelizmente eu só vou saber que ela está dentro do caixão, não vou conseguir olhar pra ela", conta.

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