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Brasileira foi morta por bala de alto calibre, diz médico na Nicarágua

Informação contradiz versão oficial da polícia, que afirmou que Rayneia Lima foi atingida pelo disparo de um segurança particular

Internacional|Beatriz Sanz, do R7

Polícia da Nicarágua diz que vigia matou a estudante brasileira
Polícia da Nicarágua diz que vigia matou a estudante brasileira

Um dos médicos que atendeu a estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima afirmou ao jornal nicaraguense El Nuevo Diário que ela foi atingida por uma bala de alto calibre.

A munição teria atingido do tórax até o fígado, o que não seria possível com uma arma de baixo calibre, como uma pistola.

Essa informação contradiz a versão oficial dada pela polícia da Nicarágua para a morte de Raynéia. Segundo a polícia, ela foi atingida pelo disparo de um segurança particular.

"O buraco [no tórax da vítima] tinha 15 cm, isso não seria possível com uma bala qualquer", disse o médico que preferiu não se identificar.


Outras fontes disseram ao jornal nicaraguense que a brasileira de 31 anos foi alvejada por um grupo de três homens encapuzados que estavam no bairro de Lomas de Monserrat, na cidade de Manágua, onde o namorado de Raynéia morava.

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Amigos do casal que conversaram que o namorado confirmaram essa versão ao jornal. Eles não se identificaram com medo de represálias, mas disseram que a arma de um segurança não seria capaz de disparar uma rajada de balas, como a que atingiu a estudante de medicina brasileira.

Namorado não foi localizado


Depois de ser baleada, Raynéia foi levada ao hospital pelo seu namorado, que estava em outro carro, seguindo a estudante.

Quando os sogros da brasileira chegaram até o local do crime, o carro dela e todos seus documentos já tinham desaparecido.

Raynéia foi atingida por volta das 23:30h da noite da segunda-feira, no horário local. Quando ela já estava no hospital, por volta da 1h da manhã, policiais chegaram ao hospital dizendo que levariam o seu namorado para "reconstituir o crime".

Os funcionários do hospital não consentiram em deixá-lo sair porque ele ainda estava em estado de choque.

Ele recebeu alta do hospital no dia seguinte, mas a polícia não deu explicações sobre como tinha conseguido chegar até a identidade dele que não é mencionada em nenhum outro documento oficial.

Até o momento, o namorado não foi localizado e não deu declarações públicas.

Vendia brigadeiro

A jovem tinha decidido ir estudar na Nicarágua porque não tinha como arcar com as despesas do curso de medicina no Brasil.

Ela já estava fazendo residência em Manágua e planejava voltar para o país no ano que vem.

Para ter dinheiro, a jovem vendia brigadeiro para seus colegas nicaraguenses que não conheciam o famoso doce brasileiro.

A família lamentou a morte da estudante. Seu pai, Ridevando Pereira disse ao R7 que não via a filha há três anos, mas que estava aguardando seu retorno para o ano que vem.

Sua irmã, Kettely Lima, desabafou nas redes sociais. "Mesmo sabendo que um dia a vida acaba, a gente nunca está preparado para perder alguém".

O governo brasileiro espera decisão da família para pedir a repatriação do corpo ou das cinzas de Raynéia.

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