Estudante brasileira é morta por paramilitares na Nicarágua
Raynéia Gabrielle Lima voltava para casa na noite da segunda-feira quando seu carro foi metralhado; ela cursava medicina em Manágua, capital do país
Internacional|Fábio Fleury e Beatriz Sanz, do R7
Uma estudante brasileira de Medicina foi morta por um grupo paramilitar em Manágua, capital da Nicarágua, na noite de segunda-feira (23). Segundo a imprensa local, Raynéia Gabrielle Lima era pernambucana, tinha 31 anos e morava no país há 6.
Raynéia voltava para casa após um turno no hospital onde era residente, quando seu carro foi metralhado por paramilitares, de acordo com Ernesto Medina, reitor da Universidad Americana (UAM), onde ela estudava. Ela estava a apenas três meses de concluir o curso e pretendia voltar ao Brasil.
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De acordo com o jornal La Prensa, o grupo que atirou contra o carro da brasileira é o mesmo que atualmente ocupa o campus da UNAN (Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua, na sigla em espanhol).
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Em seu perfil no Facebook, a brasileira se apresentava como "Nascida no Brasil, renascida na Nicarágua".
O Itamaraty divulgou uma nota oficial, na qual afirma que está "buscando esclarecimentos junto ao governo nicaraguense" sobre as circunstâncias da morte da brasileira e condena o "aprofundamento da repressão, o uso desproporcional e letal da força e o emprego de grupos paramilitares em operações coordenadas pelas equipes de segurança" do governo local.
O pai de Raynéia, Ridevando Pereira, disse que o corpo deve ser trazido ao Brasil para o velório. "A última vez que vi minha filha foi há três anos. Não tinha ideia de como estava a situação na Nicarágua, só sabia que ela iria voltar", afirmou.
Onda de violência
O caso é mais um incidente naonda de violência que tomou conta da Nicarágua nos últimos meses. Em abril, o presidente Daniel Ortega decretou uma reforma na Previdência sem passar pelo Congresso, o que desencadeou uma série de protestos, reprimidos com violência.
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Estima-se que mais de 300 pessoas já tenham sido mortas nos confrontos entre movimentos que pedem a saída de Ortega e grupos paramilitares com reforço da polícia, que apoiam o governo.