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Presidente russo garante que irá aceitar resultados das eleições ucranianas

Mais cedo, Putin declarou que a Ucrânia está em guerra civil

Internacional|Do R7

O presidente russo Vladimir Putin anunciou nesta sexta-feira (23) que irá respeitar a escolha do povo ucraniano e trabalhará com o chefe de Estado eleito, amenizando as tensões a dois dias das eleições gerais de domingo (25), rejeitadas pelos separatistas pró-russos do leste.

Falando no Fórum Econômico de São Petersburgo (noroeste da Rússia), o chefe do Kremlin escolheu cuidadosamente suas palavras para dizer que respeitaria a escolha expressa nas urnas pelo povo ucraniano, sem, contudo, afirmar que reconhecerá o presidente e sua legitimidade.

"Segundo a Constituição não pode haver eleição porque o presidente (Viktor) Yanukovich (...) é o presidente em exercício", declarou Putin.

"Mas nós também queremos que a calma retorne (à Ucrânia), vamos respeitar a eleição do povo ucraniano", acrescentou, garantindo que Moscou "trabalhará com as novas autoridades".


Mais uma vez ele denunciou um "golpe de Estado" apoiado por "nossos amigos americanos", evocando assim o movimento de contestação de Maidan que conduziu em fevereiro à queda de Yanukovich.

"A crise ucraniana foi desencadeada porque Yanukovytch adiou o acordo de associação com a União Europeia. A isso se seguiu um golpe de Estado apoiado por nossos amigos americanos e o resultado é o caos e uma verdadeira guerra civil", declarou.


Putin também comentou que sanções impostas à Rússia em função de sua posição na crise ucraniana terão um efeito bumerangue contra o Ocidente.

"Não é evidente que as sanções econômicas utilizadas como um instrumento de pressão política no mundo atual terão um efeito bumerangue e se refletirão nas relações e economia dos países que são sua origem?", questionou.


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"O modelo de um mundo unipolar fracassou", declarou ainda, fazendo alusão à política dos países ocidentais depois do fim da Guerra Fria.

A Ucrânia vai às urnas no domingo, em meio a uma crise política que levou o país à beira da guerra civil e da divisão e desencadeou a pior crise diplomática entre russos e ocidentais desde o fim da Guerra Fria.

Pedaço do império pós-soviético

No terreno, os combates prosseguiram nesta sexta-feira. Na véspera, o exército ucraniano registrou suas piores perdas desde o início da operação militar no dia 13 de abril, destinada a retomar o controle de regiões de Donetsk e de Lugansk, com a morte de 18 soldados.

Na manhã desta sexta-feira, quatro insurgentes pró-russos e três voluntários que pertencem a estes batalhões que apoiam o exército ucraniano morreram em combates perto do povoado de Karivka, na estrada que permite o acesso ao noroeste de Donetsk, segundo um fotógrafo da AFP no local.

Na cidade de Slaviansk, reduto símbolo da insurreição separatista pró-russa, também foram registrados confrontos a poucos dias das eleições cruciais para o futuro da Ucrânia, após seis meses de uma crise política que levou o país à beira de uma guerra civil e que desencadeou a pior crise diplomática entre a Rússia e o Ocidente desde o fim da Guerra Fria.

Em um breve discurso televisionado, o presidente interino, Olexander Turchynov, convocou todos os ucranianos a ir às urnas no domingo para dar um "poder legítimo" ao país.

"Não deixaremos que nos privem de nossa liberdade e de nossa independência, e não deixaremos que a Ucrânia se converta em um pedaço do império pós-soviético", lançou Turchynov, garantindo que as autoridades fizeram todo o possível para a realização das eleições.

Segundo uma última pesquisa, o multimilionário pró-ocidental e grande favorito, Petro Poroshenko, confirma seu avanço com mais de 44% das intenções de voto, muito à frente da ex-primeira-ministra e ícone da revolução de 2004, Yulia Tymoshenko (8%).

O empresário, que promete gerir a Ucrânia da mesma forma como dirige sua próspera empresa de chocolates, Roshen, não tem garantida a eleição no primeiro turno e talvez precise esperar um hipotético segundo turno em 15 de junho para se tornar o 5º presidente da Ucrânia.

A campanha eleitoral não provocou muito entusiasmo e foi monopolizada pelo medo de uma invasão da Urânia pelas tropas russas - 40.000, segundo a Otan - mobilizadas na fronteira.

A Aliança Atlântica anunciou ter observado movimentos que poderiam sugerir uma retirada parcial das tropas. Moscou afirma, por sua vez, que estes movimentos de tropas já começaram.

Nesta sexta-feira, o chefe do Estado-Maior russo, Valeri Guerasimov, denunciou que dezenas de mercenários estrangeiros, entre eles americanos, combatem no leste da Ucrânia junto às tropas governamentais contra os rebeldes pró-russos.

Na cena internacional, a chanceler alemã Angela Merkel, que considera as eleições como uma etapa fundamental para estabilizar a Ucrânia, pediu a Vladimir Putin para que reconheça a avaliação da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) e de seus observadores internacionais sobre as eleições.

"Eu espero da Rússia que ela respeite a avaliação objetiva da OSCE" sobre a votação, declarou ao jornal Saarbrücker Zeitung desta sexta-feira. "A Rússia também pertence a esta organização", ressaltou.

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