Alvo principal de uma operação da Polícia Civil desencadeada nesta terça-feira (25) para investigar indícios de prática de "rachadinha", funcionários fantasmas e corrupção em seu gabinete na Câmara Municipal de Belo Horizonte, o vereador Léo Burguês (PSL) está com R$ 518 mil em bens bloqueados pela Justiça.
A decisão atende a pedido do Ministério Público de Minas Gerais, que moveu ação civil pública de improbidade administrativa contra Burguês. O objetivo é obter o ressarcimento aos cofres públicos por uso indevido da verba indenizatória da Câmara de BH, entre 2009 e 2011.
Na ação de cumprimento de sentença, a promotora Patrícia Medina, da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte argumenta que o político já foi condenado a devolver R$ 71 mil e ao pagamento de multa no valor de 15 vezes o valor do salário de vereador. A promotora sustenta que o valor atualizado é de R$ 587 mil.
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No entanto, o juiz Rinaldo Kennedy Silva, da 2ª Vara de Feitos da Fazenda Pública Municipal apresentou outro cálculo e determinou o bloqueio de bens no montante de R$ 518 mil, já que o parlamentar não efetuou o pagamento de forma espontânea. A medida inclui saldos bancários, penhora de veículos e de bens imóveis.
Operação Rachadinha
Nesta terça-feira, Burguês foi alvo de uma operação da Polícia Civil que investiga um suposto esquema de rachadinha, que é quando o político fica com parte do salário de assessores, contratação de funcionários fantasmas e corrupção.
Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão de documentos. Entre os endereços, os investigadores realizaram buscas no gabinete, na casa do parlamentar e endereços ligados a seus assessores.
Outro lado
A reportagem entrou em contato, via e-mail, com o gabinete do vereador para solicitar um posicionamento sobre o bloqueio de bens e aguarda um posicionamento. Um advogado contactado disse que não representa mais o parlamentar neste processo.
Sobre a investigação da Polícia Civil, Burguês disse, por meio de nota, que "foi com surpresa que recebi hoje de manhã na minha casa e na Câmara Municipal a visita de policiais civis. Não posso me manifestar sobre o motivo, por ainda ser desconhecido pra mim e meus advogados. Ressalto que todos os atos da minha vida são pautados pela licitude e honradez".