O vereador Jair di Gregório (PSD) renunciou ao cargo de segundo vice-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, nesta quarta-feira (29).
A saída acontece em meio a uma queda de braço entre o parlamentar e o vereador Léo Burguês, líder do governo na Casa, que vêm trocando acusações de lobby e de corrida eleitoral antecipada nas últimas semanas.
Em sua carta de renúncia, Gregório se diz “insatisfeito” com a situação e afirma que não quer ser “massa de manobra de nenhum líder de governo de plantão”.
Procurado pela reportagem, Burguês disse que está “perplexo” com os motivos apresentados por Gregório e voltou a defender que o colega está agindo na intenção de se lançar a própria candidatura à presidência em 2021.
— Estou perplexo pela desconexão dele [Jair di Gregório] com os problemas do mundo e com a arrogância dele. O vereador já está presumindo que vai ser eleito de novo. As eleições deste ano ainda nem ocorreram.
Com a saída da vice-presidência, Gregório afirma que vai rever seus posicionamentos políticos, mas destacou que continuará apoiando o governo do prefeito Alexandre Kalil, que é de seu partido.
Embate
O racha entre os vereadores foi evidenciado durante uma reunião da Câmara para analisar a reabertura do comércio da cidade durante a pandemia do novo coronavírus.
Os parlamentares brigaram para definir quem iria conduzir o trabalho no lugar da presidente Nely Aquino (Podemos), que não estava presente.
Jair di Gregório se manteve irredutível para presidir a reunião alegando que havia sido designado por Nely. Léo Burguês defendeu que deveria ser o coordenador já que a reunião havia sido convocada por ele.
Insatisfeito pelo fato de Gregório comandar os trabalhos, Burguês se retirou do plenário com os representantes de empresas e sindicalistas convidados por ele.
Após o ocorrido, Léo Burguês e Jair di Gregório acusaram um ao outro por fazer pressão política para favorecer determinados setores do comércio e por uma suposta corrida pela presidência da Câmara em 2021. Ambos negaram as acusações.