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Roubos puxam escalada de violência no interior de Minas

Crime teve aumento de 12% nos primeiros quatro meses deste ano, segundo Seds

Minas Gerais|Thaís Mota, do R7

Número de roubos dispararam no início do ano em BH
Número de roubos dispararam no início do ano em BH Número de roubos dispararam no início do ano em BH

Em 15 das 18 Risps (Região Integrada de Segurança Pública), o número de crimes violentos cresceu no primeiro quadrimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado em Minas Gerais. Em boa parte das regiões, o aumento foi ainda maior no último mês de março.

Conforme dados da Seds (Secretaria de Estado de Defesa Social), entre janeiro e abril deste ano, Minas somou 39.878 ocorrências de crimes violentos (homicídio, tentativa de homicídio, estupro, roubo, sequestro e cárcere privado e extorsão mediante sequestro) em todo o Estado, sendo que no ano anterior o número foi de 36.602, ou seja, um aumento de 8,9%.

Parte deste aumento pode estar relacionado à subnotificação de crimes violentos no governo anterior, principalmente em relação aos casos de estupro, como divulgou recentemente a secretaria. Entretanto, dados do próprio órgão apontam que o crescimento da violência no Estado está sendo puxado pelo número de roubos que cresceu 12,9% nos quatro primeiros meses do ano.

Além da região metropolitana de Belo Horizonte, que concentra mais da metade do número de crimes registrados no Estado e também registrou o maior aumento, houve aumento da violência também nas regiões de segurança de Curvelo, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Poços de Caldas e Teófilo Otoni. Nas demais regiões (Barbacena, Divinópolis, Ipatinga, Lavras e Unaí), o número de crimes também subiu, mas em menor proporção.

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Mas, o fato é que em todos os cantos do Estado há relatos de pessoas que foram vítimas ou que conhecem alguém que tenha sido vítima de algum crime nos últimos meses, o que endossa a sensação de insegurança no Estado. Aliado a isso, outro problema tem sido constante nos noticiários dos últimos meses: a falta de vagas no sistema prisional e a interdição de alguns presídios do Estado devido à superlotação das celas.

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De acordo com o pesquisador do Crisp (Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública) Robson Sávio, a situação do sistema penitenciário e o crescimento da violência são um problema de gestão da Seds, que desde o governo de Antonio Anastasia (PSDB) e no atual governo de Fernando Pimentel (PT) foi delegada a políticos que não têm conhecimento técnico da área.

— Desde meados de 2011, Minas passa por uma tendência de crescimento dos crimes violentos devido às mudanças na Seds e também com uma redução da capacidade de investimento do Estado em segurança pública. Em anos anteriores, Minas chegou a investir 10% mais que o ano anterior e chegamos a ter o maior orçamento para o setor em todo o país.

Além disso, Sávio explica que a falta de integração entre as polícias Civil e Militar, a redução nos investimentos em programas de prevenção à criminalidade e o foco em uma política de aprisionamento como forma de conter a violência provocaram não somente o aumento da violência como também levou ao problema de superlotação dos presídios.

— Em Minas, e também em todo o Brasil, optou-se por um alto nível de aprisionamento, principalmente de usuário de drogas e de suspeitos de crime contra o patrimônio, enquanto o índice de prisão e processamento de homicidas, que realmente representam risco à sociedade, é de apenas 8% ou 10% no país.

Redução no Triângulo Mineiro

Segundo o especialista em segurança pública, a região do Triângulo Mineiro sempre teve índices elevados de crimes violentos e a redução registrada nas Risps de Uberaba e Uberlândia no início deste ano pode estar relacionada a uma atuação conjuntas das polícias mineira e paulista já que, boa parte das quadrilhas que age na região, são do estado de São Paulo.

Entretanto, Savio alerta que para se afirmar que houve aumento ou diminuição do número de crimes em uma determinada região do Estado é preciso avaliar um período de um ano, no mínimo. Isso porque a criminalidade é sazonal e, em determinadas áreas, o aumento ou diminuição da violência está relacionado à atuação de um determinado grupo, ou seja, pode reduzir caso haja a prisão de alguns integrantes.

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