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Bolsonaro encontra Salles na véspera da Cúpula do Clima

Presidente e ministro almoçaram juntos em churrasco. Bolsonaro participa amanhã de primeiro encontro virtual com Biden

R7 Planalto|Mariana Londres, de Brasília, com Thiago Nolasco

Bolsonaro e Salles sinalizam que não haverá mudanças no ministério às vésperas da Cúpula do Clima
Bolsonaro e Salles sinalizam que não haverá mudanças no ministério às vésperas da Cúpula do Clima Bolsonaro e Salles sinalizam que não haverá mudanças no ministério às vésperas da Cúpula do Clima

Na véspera da Cúpula de Líderes sobre o Clima, em meio a pressões e protestos contra o ministro do Meio Ambiente na internet, o presidente Jair Bolsonaro participou nesta quarta-feira (21), feriado nacional, de um churrasco ao lado de Ricardo Salles e outros ministros na casa do titular das Comunicações, Fábio Faria. Em clima descontraído, eles comeram costela. Faria chegou a postar foto de encontro com a hashtag #ficasalles, em uma forte sinalização de que o governo não pretende ceder às pressões pela saída do ministro.

O encontro ocorre em meio a manifestações de ONGs e de artistas para que os EUA não repassem recursos ao Brasil em acordo que será discutido na cúpula de amanhã. E ainda convive com uma coincidência de datas: a reunião ministerial em que o ministro Ricardo Salles falou em "passar a boiada" aconteceu em 22 de abril de 2020.

Exército no combate às queimadas na Amazônia
Exército no combate às queimadas na Amazônia Exército no combate às queimadas na Amazônia (BRAZILIAN ARMY/REUTERS)

Um ano depois da polêmica reunião ministerial, o Brasil se vê pressionado por um cúpula que irá abordar as questões climáticas em função da vitória de Joe Biden. O democrata tem uma visão de meio ambiente bem diferente à do republicano Donald Trump, e a quer colocar no centro da agenda internacional. A reunião entre os 40 líderes mundiais será o primeiro encontro, mesmo que virtual, entre Bolsonaro e Biden. 

A pressão em torno da cúpula não vem apenas do entorno: internet, ONGs e artistas, entre eles Leonardo DiCaprio e Sonia Braga, que assinaram uma carta pedindo que Biden não feche acordo com o Brasil até que o País reduza o desmatamento. O próprio governo americano tem aumentado o grau de pressão para que o Brasil adote metas ambientais e de redução do desmatamento mais ambiciosas condicionando o repasse de recursos a apresentação de resultados, e não apenas a promessas futuras.

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Publicamente, o ministro Salles disse esperar pagamentos antecipados de US$ 1 bilhão para que o Brasil se comprometesse a reduzir entre 30% e 40% o desmatamento na Amazônia nos próximos doze meses. Quanto à carta dos artistas, disse em suas redes sociais que eles agem apenas por política e que querem "melar qualquer acordo sobre Amazônia". 

Na cúpula, segundo o R7 Planalto apurou, Bolsonaro vai reafirmar os compromissos assumidos em carta enviada a Biden, como o fim do desmatamento ilegal na Amazônia até 2030 e que o Brasil está comprometido com a nova meta no Acordo de Paris, a chamada Contribuição Nacional Determinada (NDC, da sigla em inglês), que prevê a neutralidade nas emissões de gases do efeito estufa até 2060. Na carta, o presidente falou da possibilidade de antecipar essa meta para 2050.

O cabo de guerra nas negociações, com o Brasil pedindo recursos de um lado e os EUA exigindo resultados antecipados do outro, fica ainda mais acirrado no contexto da pandemia. O Brasil sofre com falta de recursos para fechar o Orçamento, que deve ser sancionado também nesta quinta-feira (22), e com a falta de vacinas. Ou seja, terá que entrar em um acordo com muito boa vontade para ter apoio internacional também no combate à pandemia. 

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