O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariane Beltrame, afirmou que a morte do recruta, que passou mal após treinamento no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, em Sulacap, zona oeste da capital, é caso de homicídio e deve ser investigado como tal.
Beltrame também afirmou que houve excessos no treinamento que Paulo Aparecido Santos de Lima, de 27 anos, participou no último dia 12, quando a cidade registrou recorde de temperatura, de 41,8ºC. Na data, a sensaçaão térmica foi de 50ºC.
O jovem morreu na manhã desta sexta-feira (22) após ficar internado no Hospital Geral da Polícia Militar por insolação grave.
No dia 18, o recruta teve morte cerebral decretada pelos médicos da unidade de saúde. Segundo o secretário, as investigações devem apontar se o homicídio é culposo ou doloso (com intenção) e se os responsáveis pelo incidente devem ser responsabilizados.
De acordo com a PM, ele teria sido internado por possíveis excessos de exercícios físicos. A corporação informou que o jovem foi vítima de um mal súbito. Outras nove pessoas que participaram do treinamento também precisaram de atendimento médico.
Crislaine Souza, prima do jovem, disse que ele tinha ótimo preparo físico e costumava cuidar da alimentação. Ela diz acreditar que o rapaz foi vítima de treinos exagerados.
A Delegacia de Realengo, zona oeste, instaurou inquérito para apurar se os excessos no treinamento caracterizam crime de tortura. Segundo o delegado Carlos Augusto Pinto, os alunos lesionados serão ouvidos, além dos oficiais e familiares. A PM também abriu inquérito e afastou quatro oficiais que participaram do treinamento.
De acordo com a Polícia Civil, o delegado pediu a documentação de atendimento médico dos recrutas e vai encaminhar os alunos para exame de corpo de delito.