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MP-RJ denuncia militares e dono de ferro-velho por morte de perito

Quatro envolvidos em assassinato de Renato Couto de Mendonça são acusados de homicídio qualificado e fraude processual

Rio de Janeiro|Victor Tozo*, do R7

Militares e dono de ferro-velho foram denunciados
Militares e dono de ferro-velho foram denunciados Militares e dono de ferro-velho foram denunciados

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) denunciou por homicídio qualificado e fraude processual, nesta quinta-feira (19), os quatro envolvidos na morte do perito da Polícia Civil Renato Couto de Mendonça, que teve o corpo encontrado no rio Guandu, em Japeri, na região metropolitana, na segunda (16).

A 2ª Promotoria de Justiça apontou o sargento da Marinha Bruno Santos de Lima como o responsável por atirar no policial com a ajuda do pai, Lourival Ferreira de Lima, e dos também militares Daris Fidelis Motta e Manoel Vítor da Silva Soares.

Segundo o MP, Daris e Manoel seguraram o perito para que Bruno efetuasse os disparos. Em seguida, de acordo com a denúncia, os acusados colocaram Renato em uma van, que foi conduzida por Manoel até uma ponte sobre o rio Guandu, onde o policial foi arremessado e acabou morrendo afogado, de acordo com o laudo de necropsia.

O documento do MP destacou que a motivação do crime, a ameaça de fechamento do ferro-velho de Lourival e Bruno pelo policial, foi torpe. Além disso, a denúncia considerou que não houve possibilidade de defesa da vítima, uma vez que Renato foi atraído ao local para ser atacado pelos militares, sob promessa de que teria seus materiais furtados devolvidos.

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Sobre a acusação de fraude processual, o MP explicou que Lourival recolheu do local do crime os estojos ejetados da arma de fogo utilizada por Bruno, com o objetivo de induzir a perícia criminal a erro.

Ainda de acordo com a denúncia, o mesmo crime foi cometido pelos militares, que lavaram os vestígios de sangue do veículo onde transportaram Renato.

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O crime

Renato foi até o ferro-velho de Lourival, na praça da Bandeira, centro do Rio, na última sexta (13), para recuperar materiais que haviam sido roubados de sua obra. No dia seguinte, o perito foi alvo de uma emboscada que teve participação do filho de Lourival, Bruno, e dos outros militares.

Vídeos de câmeras de segurança das ruas mostram uma discussão. Em outras imagens, é possível ver o momento em que Renato, já baleado, é colocado dentro da van.

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Os assassinos foram presos no domingo (15). O ferro-velho foi vistoriado pela Polícia Civil e pela Seop (Secretaria Municipal de Ordem Pública), que encontraram uma farda da Marinha no local. O estabelecimento, que funcionava de maneira ilegal, será demolido pela prefeitura

Renato foi sepultado na última terça (17) no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, zona oeste do Rio. Na cerimômia, a irmã do perito declarou que a "dor e a raiva aumentam a cada dia". O policial deixou duas filhas e a esposa. 

A Marinha do Brasil afirmou que está colaborando com os órgãos responsáveis pela investigação e que abriu um inquérito policial-militar para apurar as circunstâncias da ocorrência.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira

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