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Após ter prejuízo de R$ 20 mil em assalto, boliviano recorreu a tratamento psicológico

O costureiro Roberto Yampa decidiu que vai voltar à terra natal após dez anos morando no Brasil

São Paulo|Vanessa Beltrão, do R7

Imigrantes bolivianos protestam contra violência
Imigrantes bolivianos protestam contra violência Imigrantes bolivianos protestam contra violência (ANDERSON BARBOSA/ESTADÃO CONTEÚDO)

Um crime que expôs os problemas da comunidade boliviana em São Paulo, formada por 350 mil pessoas. Após um garoto de cinco anos ser morto por bandido durante um assalto, os estrangeiros cobram mais atuação do Consulado da Bolívia e proteção policial. Assustados com a criminalidade, muitos já pensam em voltar para a terra natal.

O costureiro Roberto Yampa é um deles. Morando no Brasil há dez anos, o boliviano teve que recorrer a tratamento psicológico após ter a sua residência invadida por seis ladrões no dia 28 de janeiro de 2012. O prejuízo do assalto chegou a R$ 20 mil. 

Era madrugada de uma terça-feira, quando a família foi acordada no susto pela violência. Roberto disse que estava em casa junto com a esposa e as duas filhas, uma de oito anos e outra de quatro meses.

Segundo ele, três ladrões ficaram na garagem e os outros entraram na casa. Um dos bandidos ficou apontando a arma pela janela, o outro encostou o revólver em sua boca e ainda agiu com brutalidade ao quebrar um dente do boliviano com a arma, já o terceiro recolheu dinheiro e objetos da casa. Os criminosos levaram computador, câmeras fotográficas, relógios, joias e até fraldas do bebê.

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O assalto aconteceu na residência da família em Guarulhos, na Grande São Paulo. Após o crime, eles decidiram se mudar, porém o trauma permaneceu.

— Eu deixei minha casa alugada por causa do trauma. Minha filha vê um cara encapuzado e começa a chorar.

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Roberto deu queixa na polícia no 9° DP (Distrito Policial) de Guarulhos e avisou ao consulado sobre o crime. Porém, mais de um ano depois, ninguém foi preso.

Nesta segunda- feira (1º), ele retornou ao Consulado da Bolívia, na avenida Paulista, região central de São Paulo, para uma reunião com o cônsul-geral Jaime Valdívia. O encontro foi marcado pelo representante diplomático da comunidade boliviana.

Apesar de ainda tentar resolver o problema, Roberto já tomou a decisão de retornar ao seu país de origem.

— Não quero mais ficar aqui. Estamos esperando vender minha casa para voltar para Bolívia. É triste a realidade.

Além dele, a dona de casa Carmem Lopes, que vive há 18 anos no Brasil, também foi ao consulado para pedir mais proteção. Porém, a sua reivindicação só foi ouvida por quem estava do lado de fora do prédio. Como não levou o documento de identificação, ela não pode participar da reunião.

Apesar de agradecer pela hospitalidade brasileira e não pensar em voltar, Carmen anda preocupada com a violência, pois tem dois filhos, um de 12 anos e outro de seis anos, que moram com ela.

- Não estamos seguros nem em casa nem na rua. Eu queria que o governo se preocupasse conosco.

Assim como Carmem, o jovem Bairon Basquez, que mora no Brasil há três anos, não conseguiu participar da reunião. Ele denunciava que muitos bolivianos são assassinados na rua Coimbra, local de grande concentração da comunidade boliviana no centro de São Paulo, e reivindicava reforço policial.

Com 20 anos, Bairon veio para o Brasil com a esposa. Ele ganha de R$ 700 a R$ 800 por mês. O objetivo é ter uma reserva para o futuro do filho que está em seu país de origem aos cuidados de familiares.

— Para conseguir dinheiro para o meu filho para que tenha algo.

O cônsul-geral da Bolívia em São Paulo, Jaime Valdívia, marcou uma nova reunião com representantes da comunidade boliviana para o próximo dia 22. O encontro desta segunda-feira (1º) começou tranquilo, mas terminou em protesto que bloqueou trecho da avenida Paulista no sentido Paraíso e também em críticas ao representante diplomático. 

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